Objetivo é aumentar a participação de mulheres na área operacional
A Vale contratou e está capacitando 33 mulheres para operar equipamentos de mina, como caminhões fora de estrada, escavadeiras e carregadeiras, e para atuar nas usinas de beneficiamento de minério. O objetivo é aumentar de forma significativa o número de mulheres atuando nestas funções no Complexo Paraopeba, uma área que reúne várias unidades da Vale no entorno de Belo Horizonte. Atualmente há 21 operadoras do gênero feminino no complexo e mais de mil do gênero masculino.
As 33 contratadas vivem em sete municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Antes de começar na função elas estão passando por dois meses de treinamento teórico e prático, que devem terminar em meados de setembro.
"A Vale é uma empresa que dá oportunidade para todos, independentemente do gênero", explica Rodrigo Melo, gerente-executivo responsável pelo Complexo Paraopeba. "Temos como desafio aumentar a participação de mulheres nesta região".
Camila Fernanda Pinto, de 35 anos, é uma das 33 contratadas. Ela cursou Letras, mas sua paixão sempre foi dirigir. Já trabalhou como motorista de carro e van e tentou também dirigir caminhão, mas não foi aceita por ser mulher. "Fiz o processo seletivo numa transportadora e me disseram que não me contratariam porque o serviço era pesado para uma mulher. Agora quero pilotar aqueles caminhões fora de estrada, que carregam centenas de toneladas", conta.
Nos últimos quatro anos a Vale vem intensificando sua abordagem ao tema da diversidade. A empresa está promovendo discussões online e presenciais sobre diversidade e inclusão, inserindo conteúdo sobre equidade de gênero nos seus principais treinamentos, realizando campanhas de comunicação interna para promover os valores da diversidade e atuando em parceria com a Ouvidoria para identificar e tratar violações às normas.
Como resultado, a porcentagem de mulheres alcançou 20% no nível gerencial, semelhante ao do restante da indústria de mineração. Em funções corporativas, a porcentagem de mulheres na empresa é de cerca de 40%.
Apesar dos avanços recentes em diversidade de gênero, a Vale entende que ainda tem um longo caminho. "A maioria das posições na empresa é oferecida em cargos historicamente definidos como mais adequados para homens, como mecânicos, eletricistas e soldadores. Por isso a importância de se promover um recrutamento como esse, exclusivo para mulheres", explica a especialista em Diversidade e Inclusão, Fernanda Castanheira.