Desde o rompimento da barragem I (B1), da Mina de Córrego do Feijão, a Vale não poupa esforços para reparar de forma rápida e cuidadosa os danos causados, priorizando o cuidado com os atingidos, a recuperação ambiental e ações para tornar a operação mais segura, descaracterizando estruturas a montante. As ações visam não apenas recuperar Brumadinho, os municípios afetados ao longo do Rio Paraopeba, mas também desenvolvê-los social, ambiental e economicamente.
Após oito meses, a empresa está realizando repasses emergenciais mensais para mais de 107 mil pessoas, além de garantir moradia, água, alimentos, medicamentos, apoio médico e psicológico, roupas, transporte e projetos sociais de desenvolvimento socioeconômico às comunidades. A empresa ainda direcionou recursos para suporte aos municípios e instituições públicas estaduais, garantiu cuidado com a fauna, vem avançando nas obras de remoção de rejeitos, de descaracterização de barragens e de melhorias da infraestrutura das cidades.
A fim de estruturar seu trabalho, a Vale criou a Diretoria Especial de Reparação e Desenvolvimento, que responde diretamente à presidência da empresa. A estrutura conta com mais de 400 funcionários voltados a assegurar que a assistência às comunidades seja feita com proximidade e diálogo aberto e com atuação em quatro frentes de reparação (social, ambiental, obras e segurança).
Acolhimento e assistência integral aos atingidos
Para além do apoio monetário, a Vale assegurou acolhimento médico e psicossocial, tendo feito mais de 12 mil atendimentos; direcionamento para moradias temporárias custeadas pela empresa, para atingidos e para moradores das regiões em recuperação. Até dia 22 de setembro, já foram também distribuídos cerca de 382 milhões litros de água para consumo humano, animal e uso agrícola.
Mais do que o amparo aos atingidos, a Vale está suportando o desenvolvimento dos municípios impactados. O Programa de Assistência Integral aos Atingidos orienta moradores da região para o planejamento do futuro, oferecendo educação financeira; apoio e consultoria para compra de imóveis residenciais, rurais ou comerciais; assistência técnica rural e administrativa; treinamentos para retomar e fortalecer as atividades comerciais ou de serviços.
Em parceria com instituições sociais, a Vale promove oficinas em Brumadinho e distritos impactados para acolhimento humanitário, a fim de permitir a retomada de suas vidas, resgatando a autoestima da população e fortalecendo o potencial coletivo e produtivo das comunidades.
Indenizações e doações
A empresa garantiu tranquilidade financeira para as famílias iniciarem as negociações de indenizações individuais. Por isso, está garantindo indenizações emergenciais mensais para 107 mil pessoas residentes de Brumadinho e aos moradores a até 1km da calha do Rio Paraopeba ao longo de um ano.
Antes, a Vale realizou um apoio financeiro humanitário – na forma de doação – de R$ 100 mil aos representantes de falecidos ou desaparecidos. E ainda, doação R$ 50 mil para todas as famílias que residiam na Zona de Autossalvamento do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e R$ 15 mil para aquelas que não têm residência na região da ZAS, mas desenvolviam atividades rurais ou comerciais.
Paralelamente, a empresa está empenhada em firmar os acordos de indenização individual, por grupo familiar ou trabalhista com celeridade.
Apoio aos munícipios e instituições
A Vale prestou ajuda financeira para Brumadinho devido à interrupção das atividades da empresa no valor de R$ 80 milhões, isto é, mantendo os valores arrecadados pela CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Também investiu R$ 14,5 milhões em campanha publicitária de incentivo ao turismo na cidade. Além de investimentos em compra de equipamentos e contratação emergencial de profissionais multidisciplinares de saúde e repasse para área de Saúde e Assistência Social de Brumadinho, que juntos somam R$ 32,6 milhões.
Para outras cidades impactadas com as paralisações das atividades da empresa, foi realizado um acordo com a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais (Amig) para dois aportes de R$ 100 milhões, cada.
Em reconhecimento ao trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais em Brumadinho, a Vale formalizou aporte de R$ 20 milhões para compra de equipamentos, melhoria estrutural e capacitação profissional da corporação. Para a Defesa Civil, o investimento somará R$ 5 milhões. O termo com a Polícia Militar totaliza R$ 4 milhões. Além disso, destinou R$ 6,5 milhões para aquisição de equipamentos de ponta para o IML de Belo Horizonte, para acelerar o processo de identificação das vítimas, além de investimento em reforma do instituto de criminalística e IML.
Monitoramento do rio Paraopeba
A Vale segue com as ações de monitoramento da qualidade da água do rio Paraopeba, medida implantada desde janeiro. Para isso foram realizadas cerca de 3 milhões de análises da água, com base em 393 parâmetros. Atualmente, são 67 pontos de monitoramento da qualidade de água que se estende por uma área de 2,6 mil quilômetros de extensão, desde o ribeirão Ferro-Carvão até a foz do Rio São Francisco, incluindo os principais afluentes do rio Paraopeba.
As análises da Vale e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) mostram que os sedimentos não atingiram o rio São Francisco. Desde o fim de março, o IGAM detecta níveis de mercúrio e chumbo dentro dos limites legais no rio Paraopeba. A proibição ainda se mantém como medida preventiva.
Obras de recuperação do sistema de abastecimento
A Vale aplicará cerca de R$ 450 milhões em obras nos sistemas de captação de água e abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Respeitando o acordo firmado entre a empresa e o Ministério Público de Minas Gerais, com participação da Copasa, Estado de Minas Gerais e MPF, serão realizados os seguintes investimentos:
- Construção de novo sistema de captação de água no rio Paraopeba, a montante desde a confluência do rio com o ribeirão Ferro-Carvão, em Brumadinho;
- Realização de ações preventivas na captação do rio das Velhas;
- Contratação de auditoria externa para analisar os projetos e acompanhar o volume de água armazenado nos reservatórios da RMBH.
Contenção e remoção de rejeitos
Entre a B1 e a confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba, em Brumadinho, estão em construção três grandes estruturas de contenção (duas barreiras hidráulicas filtrantes e um dique), além de 24 pequenas barreiras estabilizantes. A finalidade desse conjunto de intervenções é reter o carreamento de sedimentos para o curso do rio Paraopeba. As obras estão em andamento e devem ser concluídas até o final deste ano.
Além dessas estruturas, também foi instalada uma cortina de estacas metálicas próximo à confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba. Essa medida viabilizou a limpeza do trecho do rio onde está a maior concentração de sedimentos e, desde 27 de maio, cessou o carreamento de sólidos no curso do Paraopeba.
Para complementar as ações de recuperação do rio Paraopeba, foi implantada uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF), também localizada próximo à confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba. Desde o dia 9 de maio, quando começou a operar, até o começo de setembro, a ETAF devolveu para o rio Paraopeba mais de 1,5 bilhão de litros de água limpa, dentro dos padrões legais determinados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
Todas essas estruturas são descomissionáveis, ou seja, podem ser desmontadas a partir do momento em que não sejam mais necessárias para a estabilização das áreas afetadas.
Em meados de maio, a Vale iniciou a dragagem dos rejeitos de trecho impactado do rio Paraopeba. Esse processo é fundamental para a recuperação do rio. Por meio da dragagem é realizada a remoção do rejeito acumulado na região assoreada do rio. O material removido é armazenado e desidratado em grandes bolsas (bolsas geotêxteis). A água drenada dessas bolsas é bombeada para uma estação de tratamento e retorna limpa ao rio Paraopeba. O planejado é que a dragagem siga até 2020, começando na confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba e seguindo por cerca de 2 km a jusante desse ponto.
Desde o rompimento da B1, o planejamento e a execução do trabalho de remoção são desenvolvidos em conjunto com o Corpo de Bombeiros.
Para suportar as operações de retirada de rejeito a Vale implantou um acesso rodoviário de 3,6 quilômetros de extensão onde funcionava o antigo ramal ferroviário da Mina Córrego do Feijão. O acesso já está em uso e é exclusivo para os veículos usados nas obras, especialmente para o manejo de rejeitos. A via começa próximo à ponte da Avenida Alberto Flores e vai até a área da mina. Com essa ação, o resultado foi a redução significativa do trânsito de veículos pesados nas vias locais, melhorando o trânsito, a segurança e o conforto das comunidades.
Infraestrutura para comunidades
Um conjunto de obras está sendo executado pela Vale para reparar de forma acelerada os danos. As ações são definidas e aprimoradas a partir do diálogo com as comunidades e órgãos competentes. A mais recente delas é a passarela de pedestres da nova ponte da avenida Alberto Flores, em Brumadinho, inaugurada dia 23 de setembro. A estrutura possibilita a travessia de pedestres sobre o leito do ribeirão Ferro-Carvão com segurança, já que a passarela é independente da ponte para veículos.
Outras ações já entregues incluem a ponte da Avenida Alberto Flores e a Igreja Nossa Senhora das Dores, em Córrego do Feijão e novo acesso viário que liga a comunidade do Córrego do Feijão ao Centro de Brumadinho. A via tem 3,5 km de extensão e está sendo asfaltada, bem como as vias do conjunto de Mobilidade de Córrego do Feijão, que irão possibilitar o retorno do tráfego de veículos com segurança.
Segurança e descaracterização das barragens
A Vale iniciou o investimento de R$ 7,1 bilhões para descaracterização de suas barragens que utilizam o método construtivo de alteamento a montante. Em setembro, as obras de contenção contam com mais de 3 mil trabalhadores nesta atuação. A previsão é encerrar as obras em 2020.
Na Barragem Vargem Grande, localizada na mina de Abóboras, em Nova Lima, as medidas para eliminar os riscos já permitiram reduzir nível de emergência da barragem de 2 para 1, desde 4 de junho. A mudança é resultado de uma série de melhorias que a Vale vem implantando, como o rebaixamento do nível de água do reservatório; limpeza dos canais de drenagem e estudos de sensibilidade junto à empresa auditora para avaliação do impacto do rebaixamento do nível d’água na estabilidade da barragem.
A descaracterização é o processo de encerramento definitivo do uso de uma barragem. Ao final das obras, a estrutura ficará totalmente estável e será reincorporada ao relevo e ao meio ambiente. Os projetos foram protocolados junto a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais, no Ministério Público Estadual e na Agência Nacional de Mineração (ANM).
Cuidados com animais
Como parte do Plano de Proteção à Fauna, a Vale iniciou a reintegração de animais silvestres aos seus habitats naturais, prestou cuidados necessários, devolveu animais domésticos para seus tutores e realizou feira de adoção de cães e gatos resgatados em Brumadinho. Entre os animais silvestres, 16 já foram reinseridos na natureza, de forma cuidadosa, e outros 17, de 11 espécies diferentes, estão em tratamento no Hospital Veterinário de Campanha ou na Fazenda Abrigo de Fauna (FAF). Entre os animais domésticos, 127 já foram devolvidos para seus antigos donos ou adotados, em feiras realizadas pela Vale – todos castrados, vacinados e vermifugados.
As atividades de resgate, salvamento e cuidado dos animais atingidos em Brumadinho e proximidades são realizadas por mais 229 profissionais entre veterinários, biólogos, zootecnistas e profissionais de várias áreas do meio ambiente. Os animais que precisam de tratamento são encaminhados para o Hospital Veterinário de Campanha. A estrutura abrange área cirúrgica, setores de internação, sala de diagnóstico por imagem (com raio X e ultrassom), laboratório etc. Já os animais saudáveis, são destinados à Fazenda Abrigo de Fauna. O local alugado pela Vale possui instalações para receber animais domésticos e silvestres, como ambulatório, farmácia, canil, gatil, currais, galinheiros e lago para patos. Os locais são vistoriados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Conselho Regional de Medicina Veterinária.