Uma moradora de Baixo Guandu (ES) apresentou um projeto que propõe monitorar a instalação da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) prevista no município, para que ocorra a ampliação do esgoto tratado, a melhora na qualidade da água dos recursos hídricos e a sensibilização da população para a importância dessa política pública, usando como ferramenta a educação ambiental.
Camila Aparecida Correa Miranda, de 27 anos, é formada em Tecnologia em Saneamento ambiental e graduanda em Agronomia. Ela é uma das participantes do grupo de 90 jovens que moram ao longo da bacia do rio Doce e que participam do projeto de formação O Futuro do Rio Doce Somos Nós, convênio entre o Instituto Elos e a Fundação Renova.
Para apresentar seu projeto, Camila Miranda organizou o 1º Fórum de Saneamento em Baixo Guandu, realizado em 22 de agosto e que abordou o futuro do saneamento com palestras e mesa redonda destinadas à discussão do tema.
O fórum teve palestras de Herbert Santo de Lima, do Instituto Elos, da coordenadora de educação ambiental da Secretaria Municipal de Educação do município, Gilse Olinda Moreira, do secretário municipal de Meio Ambiente, Allony Torres, e da representante da Fundação Renova, Mônica Maria Perim de Almeida.
“Hoje, o saneamento é o que me move. Fui estudar e me apaixonei pelo tema. Escrevi meu projeto e vi que era necessário também um trabalho de conscientização com a comunidade. Assim, tive a ideia de um fórum para convidar a população, o poder público e a Renova para participarem dessa ação. Paralelamente a isso, estou fazendo uma pesquisa com os moradores sobre o que eles entendem da relação entre saneamento básico e saúde. O objetivo é desenvolver a consciência e despertar a vontade de contribuir para a melhoria de qualidade de vida do nosso município. O próximo passo é contar com a ajuda das pessoas, porque sozinha não é possível”, diz Camila Miranda.
Para a coordenadora de Educação Ambiental, Gilse Moreira, a educação tem papel transformador de mudanças. “A partir da educação ambiental, você tem a oportunidade de mudar seus hábitos e contribuir para a sustentabilidade e o meio ambiente equilibrado, que é o nosso grande desafio. É um trabalho de formiguinha e de mudança de atitude. Se cada um fizer a sua parte, a gente chega longe. Eu sonho e vivo isso.”
Investimentos
O Programa de Coleta e Tratamento de Esgoto e Destinação de Resíduos Sólidos é fundamental para a revitalização do rio Doce, que sofre esse processo de degradação mesmo antes do rompimento da barragem de Fundão. Ao todo, a Fundação Renova desembolsará R$ 500 milhões para os 39 municípios atingidos da bacia do rio Doce.
O secretário de Meio Ambiente do município, Allony Torres, destaca a relevância do recurso compensatório. “O recurso é de grande importância, pois somente com a arrecadação do município não seria possível executar as principais obras de saneamento que necessitamos para contribuir com a recuperação da qualidade hídrica nos mananciais.”