Os projetos de pesquisa abordam temas como qualidade da água e sedimentos e impactos nas comunidades animais e vegetais - incluindo análises da concentração de contaminantes no ambiente
Seis projetos de pesquisa de universidades mineiras foram selecionados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) para monitorar e avaliar os impactos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), na biodiversidade da bacia do rio Doce. Fruto de uma parceria entre a Fundação Renova e a instituição, o edital irá destinar recurso financeiro para o custeio dos estudos.
Para Bruno Pimenta, lider dos programas de biodiversidade da Fundação Renova, o investimento em pesquisa é de suma importância para a reparação do rio Doce. “Esses estudos vão servir para acompanhar a recuperação da biota aquática e propor soluções para a parte mineira do rio Doce. Além disso, é uma importante oportunidade para que as universidades e grupos de pesquisa se engajem na reparação”, afirmou.
Os projetos serão executados pelos próximos cinco anos e abordam temas como qualidade da água e sedimentos, impactos nas comunidades animais e vegetais - incluindo análises da concentração de contaminantes no ambiente. Dentre os selecionados para contratação estão iniciativas como: “Derivadores rastreados por satélite e monitoramento automático de parâmetros ambientais aplicados ao entendimento da contribuição dos afluentes para o restabelecimento do rio Doce”, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e “Avaliação dos impactos do rompimento da barragem na dinâmica espaço-temporal dos processos biogeoquímicos e biota aquática do rio Doce”, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Uma das pretensões desta chamada foi fomentar a produção de conhecimento relacionado à investigação dos impactos das áreas afetadas pelo desastre. Além de propor soluções para a reparação dos impactos identificados”, explica Laila Medeiros, especialista de biodiversidade da Fundação Renova.
Monitoramento da biodiversidade no Espírito Santo
Já está em andamento um acordo de cooperação entre a Fundação Renova e a Rede Rio Doce Mar para monitorar a biodiversidade em cerca de 200 pontos da porção capixaba do rio Doce e da região que vai do entorno da foz até Guarapari (ES), ao sul, e Porto Seguro (BA), ao norte.
Na pesquisa, estão sendo estudadas de bactérias a baleias, além de qualidade da água, sedimentos, condições de marés e ondas, manguezais e restingas. O estudo está sendo conduzido por pesquisadores de 24 instituições de pesquisa de todo o país, com a coordenação central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest). As primeiras embarcações começaram as expedições em setembro.