Área operacional da Vale em Vitória (ES), o complexo é considerado um marco para a história da empresa e para a economia do Estado O Complexo de Tubarão, área operacional da Vale em Vitória, comemorou 50 anos na sexta-feira, dia 1º de abril. O Complexo centraliza as operações de ferrovia, pelotização e porto, sendo responsável por cerca de um terço da exportação de minério de ferro da empresa.
A história do Complexo tem início em 1966 com a transferência das atividades portuárias da Vale dos cais de Atalaia e Paul, em Vila Velha, para um novo local, capaz de atender à crescente demanda da época por minério de ferro. O Porto de Tubarão já nasce interligado à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), sendo considerado a mola propulsora das atividades da Vale no Espírito Santo e o trampolim para que o Estado, cuja economia era centrada no café, pudesse diversificar suas atividades atuando em outros atrativos industriais e comerciais. Sempre à frente do seu tempo, o Porto de Tubarão, quando inaugurado, tinha capacidade fora do comum para a época. Podia receber navios de 150 mil toneladas, embora a maioria da frota da época tivesse, no máximo, 60 mil toneladas. De 2,9 milhões em 1966 para as atuais 120 milhões de toneladas de minério e pelotas por ano, o modal portuário teve participação decisiva no escoamento da crescente produção da Vale ao longo dos anos e marcou seu lugar na história da empresa, do Espírito Santo e do Brasil. Hoje, Tubarão recebe cerca de 1.100 navios por ano, entre eles os maiores mineraleiros do mundo, os Valemax, com capacidade para 400 mil toneladas.
Com a instalação das usinas de pelotização, a partir de 1969, o porto se transformou em Complexo de Tubarão. Além da movimentação de minério de ferro, também fazem parte do Complexo o Terminal de Praia Mole (TPM), que atua na movimentação de carvão mineral, coque e manganês; o Terminal de Granéis Líquidos (TGL), onde são desembarcados combustíveis; e o Terminal de Produtos Diversos (TPD), responsável pela movimentação de grãos e fertilizantes.
Por Dentro do Complexo de Tubarão
Com 14 quilômetros quadrados de área física, o Complexo de Tubarão abriga hoje, além do porto, oito usinas de pelotização e o Centro de Controle Operacional (CCO) da ferrovia Vitória a Minas, que gerencia a movimentação de pelo menos 60 tipos de produtos, entre minério de ferro, aço, soja, carvão e calcário ao longo de 905 quilômetros de linha férrea, o que representa cerca de 40% de toda a carga ferroviária do país.
Tubarão recebe, diariamente, cerca de 20 mil pessoas, entre empregados próprios, contratados, clientes e fornecedores e funciona como uma cidade, 24 horas por dia. Além das unidades operacionais de porto, ferrovia e usinas, há também prédios administrativos, cinco refeitórios - que servem, por dia, cerca de 7 mil refeições -, além de agências bancárias e posto de atendimento dos Correios.
A Vale no Espírito Santo
A presença da Vale no Espírito Santo, e especialmente a construção do Complexo de Tubarão, influenciou na atração de empresas, como a Aracruz Celulose (hoje Fibria) e a Companhia Siderúrgica de Tubarão (hoje ArcelorMittal Tubarão), que teve a mineradora participando de sua fundação. O surgimento do Centro Industrial de Vitória (CIVIT), na Serra, e a abertura de outros empreendimentos são também frutos da Vale pós-Tubarão.
Para se ter uma ideia, o PIB estadual era, na década de 1970, de US$ 3,89 bilhões. Vinte anos depois quase triplicou, passando a US$ 10,5 bilhões.
A Vale também mantém importantes ativos socioambientais no Espírito Santo, como o Museu Vale, o Parque Botânico Vale, a Reserva Natural Vale, o Trem de Passageiros e a Estação Conhecimento na Serra.