Diretora da companhia destacou em evento internacional expertise da Petrobras em águas ultraprofundas
A Petrobras está entrando no seu quarto ciclo de expansão da sua história com a produção alcançada no pré-sal. Trata-se de um grande marco para a companhia, alcançado a partir da superação de desafios, desenvolvimento de tecnologia e acúmulo de capacidade técnica, avaliou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, que participou nesta quarta-feira (3/5) do painel “Óleo e Gás no Brasil: as Regras do Jogo”, em evento paralelo à Offshore Technology Conference (OTC) promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Texas (Bratecc). A executiva lembrou que a produção própria do pré-sal atingiu o patamar de 1 milhão de barris de petróleo por dia um ano antes do previsto. Em dezembro de 2016, a produção de óleo e gás operada no pré-sal chegou a 1,6 milhão de barris por dia, um aumento de 45% em relação a dezembro de 2015.
Solange enfatizou que essa fronteira é altamente rentável mesmo em um cenário do preço do barril do Brent entre US$ 45 e US$ 50. Atualmente a Petrobras é capaz de construir um poço três vezes mais rápido do que no início da produção na nova fronteira. “Devido à alta produtividade, menos poços precisam ser perfurados para que os sistemas produzam em sua capacidade máxima, levando a economias significativas em investimentos”, explicou. “Além disso, a companhia também já foi capaz de atingir um custo de extração abaixo de US$ 8 por barril nessas áreas”, complementou a diretora, ressaltando também que dez novos sistemas de produção entrarão em operação no pré-sal nos próximos anos. “Foco em segurança, treinamento de pessoas, inovação aberta, padronização em alto nível e aceleração da curva de aprendizado continuarão a ser os fundamentos para balizar a redução de custos e incremento da produção”, acrescentou a diretora.
A executiva falou também sobre a importância das parcerias com empresas e universidades no campo tecnológico, com foco na busca do aumento do fator de recuperação de petróleo dos campos e redução de custos. “Várias empresas de serviços trabalham conosco desenvolvendo soluções para operações de recuperação offshore e onshore. Temos parcerias ativas com mais de 100 universidades e centros de pesquisa de todo o mundo expandindo nossas fronteiras tecnológicas”, contabilizou, acrescentando também que, desde o fim do monopólio em 1999, o setor de óleo e gás brasileiro passou a contar com diversas empresas e que a Petrobras saiu fortalecida.
Solange também ressaltou oportunidades no pós-sal. Segundo ela, a Bacia de Campos tem grande potencial a ser desenvolvido com a aplicação de lições aprendidas nos últimos anos e com uso intenso de tecnologia. A ideia é trabalhar para aumentar o fator de recuperação das jazidas. “Acreditamos que podemos aumentar o fator de recuperação e, de fato, isso já está acontecendo. No campo de Marlim, a recuperação de petróleo está acima de 50%”, finalizou.