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Publicado: 27/08/2018 00:00h

O valor das empresas familiares

O valor das empresas familiares

Uma pesquisa recente feita pela PWC apontou que dentre as 19 milhões de empresas existentes no Brasil, 80% são familiares. Gente, olha a dimensão disso! Esse dado mostra o poder das empresas familiares na economia brasileira e desmistifica a crença limitante de que “empresa do dono” é retrógrada e não sobrevive de uma geração para outra. Não por acaso, estou sendo muito convidada para palestrar sobre o papel da empresa familiar e acompanho o grande movimento de cursos e seminários que procuram mostrar o impacto dessas empresas na sociedade e seu valor sob todos os aspectos.

Hoje, quando falamos de empresa familiar, é muito diferente do que há 50 anos, por exemplo. Justamente porque as empresas que já ultrapassaram essas décadas no mercado e estão consolidadas, como é o caso do Magazine Luiza, que completou 60 anos, encontraram o caminho da solidez e foram se reinventando a cada dia, investindo em inovação, planejamento, sempre buscando novos e arrojados modelos de negócios. E se a empresa familiar está consolidada, certamente tem uma coisa que não mudou, quer ela tenha 100, 50 ou 20 anos: seus princípios éticos e sua filosofia.

O grande segredo para a perpetuação de uma empresa familiar é a valorização da instituição, quando o núcleo familiar se reúne em torno de um propósito maior. No Magazine Luiza, a família se profissionalizou, e organizamos as regras para o crescimento das gerações dentro da empresa. Desta forma, nossos fundadores, meus tios Luiza e Pelegrino, puderam assistir à terceira geração da família assumir o comando com uma promessa de comemorar o centenário da empresa. Foi com esse propósito que ensinei meus filhos a tocarem na banda ao invés de apenas vê-la passar. Hoje tenho o orgulho de ter meu filho como CEO do Magazine Luiza, e ele se profissionalizou e trabalhou para essa conquista. Não temos dúvidas de que chegaremos lá e muito além.

Na empresa familiar quem se profissionaliza e investe em governança corporativa sai na frente e se valoriza, pois possui qualidades que engajam toda a equipe e fazem diferença no mercado. Posso citar como exemplo o fato de que o interesse de investidores estrangeiros por empresas familiares com essas características tem sido crescente. Porém, muitos apontam que ainda há um ponto de atrito nessas mesmas empresas, para o qual temos que nos atentar, que é a questão da sucessão. Acredito que a melhor maneira de trabalhar o assunto é com total transparência e meritocracia dentro das regras claramente estabelecidas pela família. 

Cada vez mais serão valorizadas e reconhecidas empresas que tenham um membro da família zelando pelos propósitos e pela cultura que foram determinantes na sua formação. Essa é a essência e a base, não tem milagre. 


Fonte: Luiza Helena Trajano / Linkedin
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