Matriz produtiva sustentável da Gerdau, cuja produção de aço é cerca de 80% baseada no uso de fontes recicladas e renováveis, permite a empresa já ter uma posição de destaque global no setor do aço
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, anunciou, ontem (1), que assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa dos escopos 1 e 2 de seu inventário, para um valor inferior a 50% da média global da indústria do aço. Atualmente, a companhia possui uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa (CO₂e), de 0,93 t de CO₂e por tonelada de aço, o que representa aproximadamente a metade da média global do setor, de 1,89 t de CO₂e por tonelada de aço, segundo os dados de 2020 divulgados pela World Steel Association (worldsteel). Em 2031, as emissões de carbono da Gerdau vão diminuir para 0,83 t de CO₂e por tonelada de aço.
Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa nos próximos dez anos, a Gerdau ampliará o uso de sucata ferrosa como matéria-prima para a produção de aço, expandirá sua área florestal, responsável pela produção do carvão vegetal, que funciona como biorredutor na fabricação do ferro-gusa, e crescerá no uso de energia renovável, como os parques solares já anunciados no Brasil e nos Estados Unidos. A empresa também investirá em iniciativas de maior eficiência energética e operacional de suas unidades, em novas tecnologias e inovação aberta.
“Desde sua fundação, há 121 anos, a Gerdau opera com uma matriz produtiva sustentável principalmente à base de reciclagem de sucata e biorredutor, o que sempre a colocou entre as companhias de menor emissão de gases de efeito estufa na indústria do aço globalmente. Acreditamos que precisamos ser protagonistas na busca por soluções e disrupções inovadoras para o processo de descarbonização do planeta, ajudando a moldar o futuro de um setor tão essencial, como o do aço, de maneira cada vez mais sustentável. Ao atingirmos a meta proposta para 2031, daremos um passo importante para a nossa ambição de ser carbono neutro em 2050, mesmo sabendo que a neutralidade na indústria do aço ainda não é algo viável na atualidade. Mas queremos ser parte dessa solução”, afirma Gustavo Werneck, diretor-presidente (CEO) da Gerdau.
A Gerdau também está anunciando que tem como ambição buscar a neutralidade de carbono em 2050. A empresa ressalta que a neutralidade em carbono demanda tecnologias maduras, ainda inexistentes em escala industrial, e políticas públicas que possibilitem que a indústria global do aço neutralize as suas emissões de carbono. Neste sentido, a companhia participa ativamente em colaboração com entidades setoriais, universidades e centros de pesquisa na busca de tecnologias disruptivas para a produção do aço e estimula o diálogo e construção conjunta com diversos atores da sociedade para a implantação de iniciativas, como o acesso a linhas de financiamento locais nacionais ou transacionais diferenciadas, provenientes de fontes públicas ou privadas. Estas linhas serão imprescindíveis em função dos altos valores de investimento necessários para o desenvolvimento de tecnologias disruptivas para que o aço possa ser produzido com baixa emissão de gases de efeito estufa.
Além disso, a Gerdau compreende que a neutralidade em carbono também está atrelada ao aprimoramento de seus processos produtivos e dos investimentos em novas matrizes de energia limpa e renovável. A empresa já deu os primeiros passos nesse caminho, com o anúncio de parques solares em Minas Gerais e da instalação de um parque fotovoltaico em Midlothian, Texas (Estados Unidos). Ambas as iniciativas têm como objetivo fornecer energia limpa para as unidades de produção de aço da Gerdau.
A Gerdau, desde 2021, passou a atrelar indicadores de sustentabilidade, incluindo emissões de gases de efeito estufa, às metas de dos bônus de longo prazo da alta liderança. Desde o ano passado, 20% do plano de Incentivo de Longo Prazo (ILP), que remunera executivos por meio de ações da empresa, é calculado com base nas emissões de CO₂e e na porcentagem de mulheres em cargos de liderança a fim de reforçar um ambiente de trabalho comprometido com a evolução de temas de sustentabilidade e levar os temas ambientais, sociais e de governança ainda mais para o centro das tomadas de decisão estratégicas da produtora de aço.
Emissões diferenciadas
A matriz produtiva da Gerdau, cuja produção de aço é cerca de 80% baseada no uso de fontes recicladas e renováveis, permite a empresa ter uma posição de destaque no setor. Hoje, 73% do aço produzido pela companhia vem da reciclagem de sucata ferrosa, tornando-a a maior recicladora da América Latina, com 11 milhões de toneladas de sucata transformadas em aço anualmente. O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, é evitada a emissão de 1,5 toneladas de CO₂e.
Além disso, a Gerdau é a maior produtora de carvão vegetal do mundo para a fabricação de aço. Possui 250 mil hectares de base florestal em Minas Gerais. As florestas plantadas são matéria-prima de fonte renovável para o carvão vegetal, que funciona como um biorredutor na fabricação de ferro-gusa, o qual produz aço de menor intensidade de gases de efeito estufa.
“O aço é um material essencial e insubstituível, infinitamente e 100% reciclável, que está na vida de milhões de pessoas em diversos momentos ou lugares de suas rotinas, nas casas em que elas moram e nos meios de transporte que elas usam. O aço está presente nas novas tecnologias de produção de energia, como insumo de painéis solares e torres eólicas, e nas novas soluções em infraestrutura, sendo, então, um material crucial para o processo de descarbonização do mundo”, conclui Werneck.
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Sobre a Gerdau
A Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. No Brasil, também produz aços planos, além de minério de ferro para consumo próprio. Com o propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro, a companhia está presente em 10 países e conta com mais de 30 mil colaboradores diretos e indiretos em todas as suas operações. Maior recicladora da América Latina, a Gerdau tem na sucata uma importante matéria-prima: 73% do aço que produz é feito a partir desse material. Todo ano, são 11 milhões de toneladas de sucata que são transformadas em diversos produtos de aço. As ações da Gerdau estão listadas nas bolsas de valores de São Paulo (B3), Nova Iorque (NYSE) e Madri (Latibex).