Com o intuito de refletir sobre o voto consciente e entender a disseminação das notícias falsas pelas redes sociais, a ArcelorMittal Brasil promoveu, na semana passada, um debate na sede da empresa, em Belo Horizonte, transmitido simultaneamente para 20 unidades de negócios, localizadas no interior de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
O painel “Fake News - Eleições na era das notícias falsas” teve a participação do jornalista André Fran (diretor do programa “Que mundo é esse?”, da Globo News), do economista Bruno Brandão (diretor da ONG Transparência Internacional) e do desembargador Edgar Penna Amorim (presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), que discutiram o fenômeno das chamadas Fake News ou notícias falsas, em português, e o que cada um pode fazer para não se tornar vítima dele. O bate-papo foi mediado por Ana Luisa Almeida (diretora do Reputation Institute Brasil).
As Fake News influenciaram as eleições norte-americanas em 2016 e têm potencial para fazer o mesmo por aqui. “As eleições estão chegando e, mais do que nunca, o voto consciente é essencial para construirmos um Brasil mais justo e ético. Neste ano, a escolha de nossos representantes ganha um desafio adicional com o advento das notícias falsas”, destacou o presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista Filho, na abertura do encontro.
André Fran relembrou os bastidores da produção de seu documentário sobre o tema. “O objetivo era mais para entender o novo fenômeno do que dar respostas. O que mais impressionou no documentário foi perceber um macedônio de 19 anos - que produzia notícias falsas no quintal de sua casa - influenciar o principal cenário geopolítico mundial”, apontou. Em relação às eleições que se aproximam, Fran valorizou o exercício da democracia. “Nada é mais importante que o voto. Ele é uma grande conquista e um direito da população se expressar”, disse.
O presidente do TRE explicou o papel da Justiça Eleitoral para garantir uma eleição transparente, com liberdade de expressão e de comunicação. “A Justiça Eleitoral nasceu para combater o ‘voto de cabresto’ e para assegurar os valores democráticos. As Fake News não são novidade no processo eleitoral, mas as redes sociais deram amplitude e velocidade à sua disseminação”, afirmou.
Para ajudar a população na escolha de seus representantes, em outubro, a Transparência Internacional lançará um aplicativo onde será possível verificar se o candidato possui ficha limpa e se endossa as novas medidas contra a corrupção, construídas sob a coordenação da ONG após ampla consulta à sociedade. “Convido todos a acessarem o site www.unidoscontraacorrupcao.org.br e a se cadastrarem para apoiar esse movimento. Nosso objetivo é reunir milhões de assinaturas para pressionar o próximo Congresso Nacional a aprovar projetos de combate à corrupção”, afirmou. Um dado preocupante apontado por Brandão é que, nos últimos anos, a crença dos brasileiros na democracia recuou bastante.
Segundo a Vice-Presidente de RH, Jurídico e Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, Suzana Fagundes, o debate alertou os empregados sobre a responsabilidade em relação ao que é compartilhado e apoiado nas redes sociais. “Esta iniciativa está alinhada ao processo de consolidação da cultura da integridade na empresa e da disseminação dos nossos valores de respeito, transparência e credibilidade”, ressaltou.