Experimento foi considerado o primeiro em escala industrial realizado pela empresa com sucesso
A Vale usou, pela primeira vez, o biocarvão na produção de pelotas, um aglomerado de minério de ferro utilizado na produção de aço na siderurgia. O biocarvão é um produto renovável, obtido através da carbonização de biomassa. O teste ocorreu na planta de pelotização que a empresa mantém em São Luís (MA). No processo tradicional de pelotização, são utilizados combustíveis sólidos de origem fóssil. Na ocasião do teste, foram produzidas 57 mil toneladas de pelota, onde cerca de 25% do carvão utilizado foi de origem vegetal. A experiência reduziu em 10% as emissões de gases do efeito estufa (GEE) no processo. Este foi considerado o primeiro teste em escala industrial realizado com sucesso pela companhia.
O biocarvão foi fornecido por uma empresa de Minas Gerais, que trabalha com um produto premium, certificado, específico para fins siderúrgicos. Segundo o engenheiro Rodrigo Boyer, que conduziu a iniciativa, será feito mais um teste em São Luís com objetivo de atingir pelo menos 50% da carga composta por biocarvão. “Nosso objetivo é, em 2022, testar a viabilidade técnica de aumentar ainda mais a participação do uso de biocarvão no forno”, adianta. A experiência também será replicada na pelotizadora da companhia em Vargem Grande, em Minas Gerais, no próximo ano.
A redução das emissões da pelotização é um dos maiores desafios da Vale. Hoje, representa aproximadamente 33% das emissões de GEE da companhia, à frente da mineração e do transporte ferroviário. O teste com biocarvão faz parte do portfólio de iniciativas da empresa que contribuem com o objetivo de reduzir em 33% suas emissões de carbono diretas e indiretas até 2030, alinhada ao Acordo de Paris, com o objetivo de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050. Para isso, a Vale está investindo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões, reforçando seu pacto com a sociedade e as melhores práticas de sustentabilidade mundial.