A programação gratuita integra o projeto de circulação do espetáculo Auto da Compadecida, que, de abril a julho, tem levado o premiado trabalho da trupe mineira, ao Espírito Santo, Minas Gerais e Maranhão. Agora, em junho, a peça percorre a cidade capixaba de Baixo Guandu (7.06) e as cidades mineiras de Aimorés (8.06), Resplendor (9.06), Conselheiro Pena (10.06) e Tumiritinga (11.06).
Releitura da obra de Ariano Suassuna, “Auto da Compadecida” possui concepção e direção geral do consagrado diretor Gabriel Villela.
No mês de junho, o Grupo Maria Cutia de Teatro segue em turnê do espetáculo “Auto da Compadecida” e chega, pela primeira vez, a Baixo Guandu, no dia 7 de junho, quarta, e às cidades mineiras de Aimorés, em 8 de junho, quinta, Resplendor, no dia 9 de junho, sexta, em Conselheiro Pena, no dia 10 de junho, sábado e, encerra a viagem, em Tumiritinga, no dia 11 de junho, domingo. Com trajetória de quase 20 anos, a premiada companhia de Belo Horizonte (BH) – que já percorreu seis países e todas as regiões do Brasil – traz uma releitura do texto de Ariano Suassuna, com direção e concepção geral do célebre diretor Gabriel Villela (SP).
O grupo oferece em cada uma das cidades percorridas, uma oficina de teatro a estudantes de arte, educadores e interessados em geral, intitulada "Auto no Ato”, que propõe uma vivência cênico-musical com técnicas de canto e expressão vocal que partem da pesquisa feita pela trupe para a montagem do "Auto da Compadecida". Vagas: 25 | duração: 3h.
As inscrições são gratuitas pelo link na bio do instagram: @grupomariacutiadeteatro. Acesso gratuito. Este projeto tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, e realização do Grupo Maria Cutia, do ministério da Cultura e do Governo Federal – União e Reconstrução.
“Faz muito tempo que a gente não realiza uma turnê grande com o Auto da Compadecida”, conta o ator e fundador da trupe, Leonardo Rocha. O espetáculo estreou em 2018, porém, com a pandemia foi preciso cancelar a participação em diversos festivais no Brasil. “É um espetáculo muito bonito visualmente, muito popular, não só pelo texto, mas pela encenação, e a gente é um grupo que gosta de viajar e conhecer pessoas”, diz.
“Muitas vezes as pessoas ficam sabendo da peça porque passam pela Praça. E esse encontro não programado é muito saboroso, porque a gente conhece gente que talvez não fosse assistir ao Maria Cutia, se não fosse pelo acaso, que só o teatro de rua pode proporcionar e que dá ainda mais sentido”, comenta a atriz e fundadora do grupo Mariana Arruda.
Inspirado na abordagem mítica brasileira do famoso anti-herói ou herói sem caráter, em “Auto da Compadecida”, o Maria Cutia narra as aventuras picarescas de João Grilo e Chicó que começam com o enterro e o testamento do cachorro do Padeiro e de sua Mulher e acabam em uma epopeia milagrosa no sertão envolvendo o clero, o cangaço, Jesus, Maria e o Diabo. “Desde o início, a ideia era fazer um espetáculo para a rua”, explica Leonardo. Quando a peça começou a circular, o ator relata que a maioria dos festivais eram praticamente no formato palco. “Tem uma coisa na poética do grupo que é ser essencialmente de rua. A gente nunca faz um espetáculo pensando que vai ser só palco. E como durante esta turnê só vamos apresentar em espaços ao ar livre, a expectativa está grande por aqui”, revela.
Na versão mineira e tropicalista, os atores cantam, ao vivo, canções de Roberto Carlos, Caetano Veloso, entre outros grandes nomes da música brasileira. Nos cenários e figurinos, criados por Gabriel Villela, referências fortes do barroco mineiro. A releitura aborda com pitadas de humor e ironia temas já explorados na obra do gênio pernambucano, como o racismo, a ganância, a exploração da fé alheia, conferindo ao texto de Suassuna, um ar brechtiano. O olhar político (sem didatismo ou partidarismo), desprendido do enredo original, aproxima o autor pernambucano dos acontecimentos da política brasileira atual.
Já a oficina gratuita "Auto no Ato”, que será oferecida em cada umas das localidades percorridas, “propomos jogos de improviso com o objetivo compartilhar nossa experiência e vivência cênica enquanto coletivo, usando várias linguagens como a música, o teatro e a palhaçaria”, adianta a ´produtora da trupe Luisa Monteiro. A oficina é voltada para artistas, estudantes de arte, educadores e interessados em geral. Inscrições gratuitas no link na bio @grupomariacutiadeteatro. Vagas: 25 | duração: 3h.
FICHA TÉCNICA “AUTO DA COMPADECIDA”
Texto: Ariano Suassuna
Concepção e direção geral: Gabriel Villela
Assistente de Direção: Lydia Del Picchia
Elenco completo do espetáculo: Leonardo Rocha, Hugo da Silva, Mariana Arruda, Dê Jota Torres, Malu Grossi, Marcelo Veronez e Polyana Horta
Preparação Vocal: Babaya
Direção Musical: Babaya, Fernando Muzzi e Hugo da Silva
Cenário e Figurino: Gabriel Villela
Assistente de Figurino: José Rosa
Coordenação do Ateliê Gabriel Villela: José Rosa
Pintura de Arte: Rai Bento
Iluminação: Richard Zaira e Pedro Paulino (CiaTecno)
Consultoria de sonorização: Vinícius Alves
Fotografia: Tati Motta
Produção: Luisa Monteiro - Grupo Maria Cutia
SINOPSE
As aventuras picarescas de João Grilo e Chicó que começam com o enterro e o testamento do cachorro do Padeiro e de sua Mulher e acabam em uma epopéia milagrosa no sertão envolvendo o clero, o cangaço, Jesus, Maria e o Diabo.
GRUPO MARIA CUTIA DE TEATRO
Companhia de teatro que nasceu em Belo Horizonte, em 2006, e desde então apresenta seus espetáculos em praças, parques e ruas de Minas Gerais, do Brasil e do mundo. Nos últimos anos, aventurou-se em produções criadas para palcos e também adaptou suas obras de rua para teatros fechados.
Como frentes de pesquisa artística, o grupo trabalha com o diálogo entre música e teatro, numa investigação autoral que denomina música-em-cena. Em todos os seus espetáculos, a trilha é executada ao vivo pelos atores, em uma pesquisa que alia dramaturgia à canção.
Em 2019, o Grupo Maria Cutia estreia o espetáculo Auto da Compadecida de Ariano Suassuana com Gabriel Villela para ruas e palco. Além dessa montagem a companhia tem ativos em seu repertório 3 espetáculos de teatro de rua e de grupo (também possíveis de serem encenados em palcos de teatros), dois shows cênicos e um espetáculo de palco, solo do ator Leonardo Rocha, com direção de Eduardo Moreira.
Ao partir de diferentes linguagens - do jogo do palhaço, das máscaras expressivas, do ator brincante, do cancioneiro de Chico Buarque, dos textos clássicos da dramaturgia ou de uma dramaturgia original criada em processo colaborativo – cada espetáculo foi elaborado de uma forma distinta, mas sempre pensado com um olhar especial e atento para o seu espectador. Desta forma, o grupo busca um teatro amplo, autoral, simples e com qualidade artística, que tem em seu público o principal interlocutor nas apresentações.
Em 2011 o Grupo Maria Cutia inaugurou sua sede, a Toca da Cutia, em Belo Horizonte. O espaço, que já recebeu oficinas, ensaios abertos, espetáculos e encontros com diversos artistas nacionais e internacionais, é o ambiente de pesquisa onde a Cia desenvolve suas perscrutações estéticas sobre a música-em-cena e o teatro de rua, além das máscaras expressivas e da linguagem do palhaço. Na Toca da Cutia, acontecem também treinos e cursos de formação em palhaçaria ministrados pelos artistas do Maria Cutia.
O Grupo Maria Cutia já se apresentou em 6 países, 19 estados nacionais totalizando mais de 150 cidades brasileiras, para um público superior em mais de 400 mil espectadores em seus 13 anos de história.