Equipe de motoristas que prestam serviços à Fibria nos tritrens que transportam madeira ganha primeira representante do sexo feminino.
Não há dúvidas de que as mulheres conquistaram o seu espaço no mercado de trabalho, mas elas continuam a surpreender ao ser vistas desempenhando atividades que ainda são predominantemente masculinas. Renata Nunes Scarparti, 32 anos, acaba de ser inserida em um destes redutos em que o predomínio é dos homens: é a primeira mulher contratada para dirigir tritrem, tipo de carreta que transporta madeira para a Fibria no Espírito Santo e sul da Bahia.
Ela passou a fazer parte recentemente da equipe da Expresso Nepomuceno, um dos provedores de serviços que atuam no transporte de madeira da Fibria. Com oito anos de experiência transportando cargas como areia e blocos, Renata é de uma família de caminhoneiros e confessa que dirigir é sua grande paixão. “Quando era criança, trocava as bonecas por carrinhos”, conta a motorista, que é mãe de dois filhos.
Para conquistar a vaga, Renata disputou com três homens e passou a integrar uma equipe que já conta com 160 motoristas do sexo masculino. “O maior desafio em dirigir a carreta está nas ultrapassagens. É muita responsabilidade, não podemos cortar outros veículos. É melhor reduzir e deixar os outros passarem”.
Segundo o instrutor de motoristas da Expresso Nepomuceno, Gustavo Vitorazzi Braz, para dirigir um tritrem é preciso estar atento às dimensões do veículo e ao produto que está sendo carregado: são aproximadamente 4 metros de altura, 2,6 metros de largura, nove eixos e 48 m³ de madeira ou 76 toneladas de Peso Bruto Total (PBT) de madeira.
Ele lembra que as mulheres apresentam algumas vantagens com relação aos homens para dirigir. “São mais atenciosas e assimilam melhor o cumprimento das normas do transporte, principalmente as de segurança”. Para atuar na área, é preciso ter curso de Movimentação e Operação de Produtos Perigosos (MOPP), primeiro socorros, direção defensiva e, se possível, cargas indivisíveis.
Gustavo ressalta que as oportunidades para motoristas desse tipo de carreta têm crescido, especialmente, as vagas para as mulheres. Renata conta que ainda há preconceito, mas a admiração é bem maior. “Espero que as mulheres criem coragem e sigam adiante nos seus sonhos. É preciso ter coragem e garra”, aconselha.
“Esta é a primeira mulher motorista no transporte de madeira da unidade Aracruz, e nós, da Logística Florestal da Fibria, apoiamos essa quebra de paradigma”, destaca Valdir Santi Soares, Técnico de Programação de Transporte da Logística Florestal. Ele acrescentou que a iniciativa da Expresso Nepomuceno está alinhada com o valor do respeito às pessoas da Fibria, propiciando um ambiente de trabalho com oportunidades iguais de crescimento profissional e pessoal.