Evento acontece na Cidade do Cabo, na África do Sul, e conta com a participação da equipe socioambiental da Fundação Renova
A Fundação Renova levará um dos maiores programas de recuperação florestal do mundo à 8ª Conferência Mundial de Restauração Ecológica, que acontece entre 24 e 28 de setembro na África do Sul. Essa será uma oportunidade para mostrar um trabalho que é pioneiro na área de restauração florestal e trocar conhecimentos a fim de aprimorar as ações que vêm sendo adotadas. O evento é realizado a cada dois anos pela SER – Society for Ecological Restoration (Sociedade de Restauração Ecológica), que tem sede nos Estados Unidos.
Entre as questões a serem abordadas pelos especialistas da Fundação Renova, estão os critérios políticos, sociais, institucionais, ecológicos e tecnológicos usados para mapear e priorizar as áreas de restauração florestal ao longo da bacia do rio Doce, pensadas a partir de um estudo em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). A participação das comunidades locais e as formas de colocar o plano em prática serão alguns dos temas discutidos.
O diretor-presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, destaca que “há mais de 30 anos, a Sociedade de Restauração Ecológica reúne pesquisadores, profissionais de restauração, tomadores de decisão e líderes comunitários do mundo inteiro. Para a Fundação Renova, apresentar, neste encontro, os programas socioambientais que têm sido desenvolvidos é uma honra e uma ótima oportunidade, já que os membros da SER são especialistas em reparo e recuperação de áreas ecologicamente sensíveis de ecossistemas degradados”.
Segundo Felipe Tieppo, especialista em Programas Socioambientais da Fundação Renova, trata-se de uma chance de mostrar a instituições pioneiras na restauração florestal, universidades e ONGs de todo o mundo o trabalho da Fundação. “Vamos projetar nossa atuação na bacia do rio Doce, que já vem rendendo bons resultados, e mostrar que desenvolvemos um trabalho sério, com um compromisso social grande e que de certa forma é pioneiro para a área, com a participação social na restauração florestal”, destaca.
Também haverá a oportunidade de conhecer iniciativas de outros lugares do mundo e trazer novas tecnologias ao trabalho desenvolvido, o que permite aprimorar o processo de reparação da bacia do rio Doce. “Os novos conhecimentos e a possibilidade de expansão das nossas atividades são os principais retornos esperados”, diz Tieppo.
Recuperação de 40 mil hectares em dez anos
Um dos objetivos da Fundação Renova é recuperar 40 mil hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Recarga Hídrica ao longo da bacia do Rio Doce em dez anos. Para definir as áreas prioritárias do processo de recuperação, o programa contou com a parceria de professores, pesquisadores, mestrandos e doutorandos da UFMG e da UFV.
Uma das premissas básicas da construção do modelo foi a participação social no processo. Para tanto, 362 pessoas compareceram a oficinas que discutiram a seleção das áreas prioritárias para a recuperação da bacia do rio Doce.
Os encontros aconteceram nas cidades de Governador Valadares, Caratinga, Aimorés e Mariana, em Minas Gerais; e Colatina, no Espírito Santo. Representantes de instituições ambientais, universidades, poder público e comunidades das regiões atingidas opinaram sobre as ações já desenvolvidas e ajudaram a construir o método de reparação das áreas degradadas.