A Samarco chega a 2018 diante do desafio de viabilizar o retorno de suas operações. A retomada é necessária para que a empresa possa honrar os compromissos de reparação assumidos com a sociedade após o rompimento da barragem de Fundão, manter empregos e contribuir para o desenvolvimento das comunidades em que está presente. Os primeiros passos para obter as autorizações ambientais necessárias foram dados, mas para nós é igualmente importante ter a licença social, obtida a partir do reconhecimento, pelas pessoas, do valor social gerado pelo trabalho da empresa.
Os impactos do rompimento da barragem de Fundão foram profundos, mas percebemos que há disposição, nos municípios em que atuamos há 40 anos, para nos conceder a licença social. Essa percepção vem do contato que tivemos com milhares de pessoas durante as audiências públicas de licenciamento ambiental da cava de Alegria Sul, realizadas em dezembro de 2016, e do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano, que aconteceram em dezembro de 2017.
Ao todo, cerca de 5,5 mil pessoas acompanharam as audiências desses processos, o que demonstra um alto grau de engajamento. O que vimos até agora foi um amplo apoio das comunidades em que temos presença, tanto em Minas Gerais como no Espírito Santo. Nas audiências recentes, comitivas de empresários e lideranças do Espírito Santo viajaram cerca de 1000 quilômetros para participar e manifestar seu apoio à Samarco.
A Samarco tem agido em todas as frentes para legitimar o seu retorno às operações. Para nós, é uma questão fundamental assumir um papel ativo na solução dos problemas causados pelo rompimento. Queremos voltar a produzir, dando sequência a uma história que teve início há quatro décadas e cumprindo as obrigações assumidas com as pessoas.
Mesmo otimistas, sabemos que há ainda um longo caminho a ser percorrido, o que não permite estimar uma data para o retorno das operações. Junto com o apoio das comunidades em que opera, a Samarco precisa superar as várias etapas dos dois processos de licenciamento ambiental em andamento.
No caso do licenciamento da Cava de Alegria Sul para disposição de rejeito, obtivemos, no início de dezembro de 2017, as licenças Prévia e de Instalação. Essas licenças vão permitir que a cava, que é uma das áreas em que a Samarco extraía minério, seja preparada para receber o rejeito da futura operação. A solução apresentada pela empresa se mostrou segura e confiável, e foi aprovada por 11 dos 12 conselheiros da Câmara Técnica de Mineração do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
O outro processo em curso é o de
Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) do Complexo de Germano (MG), necessário devido à suspensão de todas as licenças pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em outubro de 2016. Conforme o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deste licenciamento, serão aplicadas novas soluções para o tratamento e disposição de rejeitos do beneficiamento de minério.
Essas soluções refletem a intenção da Samarco de voltar a operar incorporando aprendizados que darão a máxima segurança à nossa operação. Projetamos filtrar os rejeitos arenosos, que correspondem a 80% do total de rejeitos gerados após o beneficiamento do minério de ferro, e adensar a lama, que representa os outros 20%.
A filtragem retirará a água do rejeito arenoso, permitindo o seu empilhamento. O adensamento de lama, que também retira água do rejeito, reduzirá o volume que será destinado à cava de Alegria Sul. Ambas as soluções permitirão a reutilização da água no processo de produção.
Queremos voltar a operar com a confiança dos órgãos públicos e dos mais diversos setores da sociedade. Acreditamos na nossa capacidade de nos reinventar, de contribuirmos para o setor da mineração com novas práticas, de gerar emprego e renda nos territórios onde atuamos, de voltar a contribuir para a balança comercial brasileira. Sim, estamos empenhados em escrever uma nova história.