Dívida líquida cai 13% com os desinvestimentos
A Petrobras apresentou lucro líquido de R$ 17 bilhões no primeiro semestre de 2018. O resultado positivo foi influenciado principalmente pelo aumento das cotações internacionais do petróleo, associado à depreciação do real em relação ao dólar. No mesmo período, o endividamento líquido caiu 13% em relação a dezembro de 2017, para US$ 73,66 bilhões.
A geração operacional e a entrada de caixa de US$ 5 bilhões com os desinvestimentos, no semestre, foram os principais fatores para a redução da dívida líquida, cujo total passou a corresponder a 3,23 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda ajustado), comparado a 3,67 no fim de 2017. Sem a provisão para o acordo da Class Action o indicador seria de 2,86. Com isso, a Petrobras mantém o compromisso de chegar ao fim deste ano na meta de 2,5. O indicador para a métrica de topo de segurança, a Taxa de Acidentados Registráveis (TAR) foi de 1,06 por milhão de homens-hora no final de junho. A Petrobras mantém o compromisso com a métrica já anunciada, de 1,0.
Com a redução e a gestão da dívida, a Petrobras diminuiu suas despesas financeiras (a maior parte de juros) em R$ 1,6 bilhão, no semestre, e alongou sua dívida, sem ter um custo maior por isso. O prazo médio de vencimento aumentou de 8,62 para 9,11 anos e a taxa média de juros se manteve em torno de 6%.
O desempenho das operações da empresa manteve tendência positiva que já vinha sendo registrada em trimestres anteriores, com um lucro operacional 18% maior que o do primeiro semestre de 2017, totalizando R$ 34,5 bilhões, com menores despesas gerais e administrativas e menores gastos com ociosidade de equipamentos. A produção total de óleo e gás foi de 2,7 milhões barris de óleo equivalente por dia (boed) no semestre, em linha com a meta estabelecida para 2018.
Os destaques operacionais foram a entrada em operação do primeiro sistema de produção na área da cessão onerosa, a P-74, no campo de Búzios, e um novo sistema de produção na Bacia de Campos, com o FPSO Cidade Campos dos Goytacazes, no Campo de Tartaruga Verde. Outro destaque foi a chegada da P-67 ao Brasil, que será a oitava plataforma a operar nos campos de Lula/Cernambi. Desde 2017, a Petrobras aumentou em 31% a sua área exploratória, com aquisições nas rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), priorizando as de maior potencial nas Bacias de Campos e Santos.
Houve ainda redução no volume de vendas no Brasil (principalmente da gasolina, em função de maior concorrência do etanol) e queda no volume de petróleo exportado. A participação da Petrobras no mercado de diesel aumentou de 74%, em 2017, para 87% em junho de 2018. Na gasolina, o aumento foi de 83% em 2017 para 85% em junho de 2018.
Resultados positivos levam a recolhimento de R$ 75,2 bilhões em tributos e participações governamentais
No primeiro semestre de 2018, a Petrobras gerou R$ 75,2 bilhões em tributos e participações governamentais, inclusive royalties, no Brasil, para os três níveis federativos: União, estados e municípios, dando uma importante contribuição à sociedade. A elevação nos preços internacionais do petróleo, de US$ 51,81 na média do primeiro semestre de 2017, para US$ 70,55 neste ano, foi o principal fator que contribuiu para esse aumento de 28% em relação ao primeiro semestre de 2017.
Remuneração aos acionistas
A Petrobras irá antecipar o pagamento aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 0,05/ação para ambas as classes de ações. O pagamento, no valor total de R$ 652,2 milhões, ocorrerá em 23/08/2018. O valor acumulado das antecipações no primeiro semestre é de R$ 1,3 bilhão.