Resultados do estudo demonstram que redução do enxofre nos combustíveis contribuiu para manutenção da qualidade do ar apesar do aumento da frota
Um estudo patrocinado pela Petrobras para avaliação da qualidade do ar nas regiões metropolitanas das capitais do Rio de Janeiro e São Paulo constatou que os números de material particulado fino (fração da poluição mais nociva à saúde humana) em 2014 são semelhantes aos de 2004, há dez anos atrás, apesar do considerável aumento da frota de veículos na última década. De acordo com o estudo, realizado no Rio de Janeiro, os resultados são consequência dos investimentos em melhorias de processos de refino para a redução do enxofre nos combustíveis e também das novas fases do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) que demandam a modernização da tecnologia empregada na frota nacional de veículos. Os resultados do estudo demonstraram também que ambas as cidades atendem ao limite de material particulado fino proposto pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), 20 miligramas por metro cúbico (µg/m3) e têm boas perspectivas de alcançar o limite indicado para ser alcançado daqui a nove anos, 10 µg/m3 (igual ao proposto pela Organização Mundial da Saúde).
A pesquisa, denominada Projeto Fontes, é decorrente de um convênio da Petrobras com a PUC-Rio e contou também com a participação de outras instituições como a USP e o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), tendo sido investido pela Petrobras cerca de R$ 5 milhões. O trabalho teve três vertentes: ensaios veiculares, monitoramento da qualidade do ar no Rio e em São Paulo e a modelagem para verificar futuros cenários decorrentes da mudança da frota e da qualidade dos combustíveis. Na cidade do Rio de Janeiro foi avaliado o material coletado em quatro estações de amostragem, localizadas no Recreio dos Bandeirantes (sede do IRD/CNEN), na Taquara, na Praça Saens Peña (Tijuca) e Duque de Caxias. Trabalho semelhante foi feito em São Paulo nas estações instaladas no Ibirapuera, Congonhas, Cerqueira César e IPEN-USP. Um dos fatores que contribuíram para que os índices de material particulado mensurados em 2014 fossem semelhantes aos encontrados há dez anos, mesmo com considerável aumento da frota de veículos no Brasil, foi a introdução de combustíveis de baixo teor de enxofre no país. A Petrobras produz e comercializa o diesel de baixo teor de enxofre desde 2009. A partir de 2013, começou a comercializar em todo o país o novo Diesel S-10, que contém ultrabaixo teor de enxofre de 10 miligramas para cada quilo do produto (10 partes por milhão), e substituiu o Diesel S-50. Além disso, a partir do início de 2014, toda a gasolina automotiva produzida e comercializada no Brasil possui baixo teor de enxofre (S-50).
Fonte: 3 Inteligente