Valor é o melhor resultado semestral desde 1989, ano em que foi iniciada a série histórica. No mês de junho, o saldo da balança comercial foi de US$ 3,974 bilhões
A balança comercial brasileira do mês de junho registrou superávit de US$ 3,974 bilhões. As exportações somaram US$ 16,743 bilhões e as importações totalizaram US$ 12,770 bilhões. No primeiro semestre, o saldo da balança comercial foi de US$ 23,635 bilhões, melhor resultado para o período desde 1989, ano em que o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) iniciou a série histórica. De janeiro a junho de 2016, as exportações foram de US$ 90,237 bilhões e as importações de US$ 66,602 bilhões.
As informações foram dadas pelo diretor do Departamento de Estatísticas e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, durante coletiva de imprensa, hoje, em Brasília. Na avaliação de Brandão, o resultado do semestre foi influenciado pelo aumento de 9,8% no índice quantum, que mede o aumento das quantidades exportadas, com destaque para automóveis de passageiro (50,4%), celulose (29%), soja (17,7%), carne bovina in natura (14,1%), aviões (9%), minério de ferro (4%) e petróleo (0,5%). Do lado das importações houve queda de 29,6%, puxada por retração dos preços dos produtos importados de 10,8% e também das quantidades (índice quantum) de 20,1%. Veja apresentação sobre os dados da balança comercial.
Brandão explicou a importância do superávit comercial para o equilíbrio das contas externas. Segundo ele, “a balança comercial do primeiro semestre de 2016 apresentou um saldo recorde de US$ 23,6 bilhões. Resultado que é muito significativo porque ajuda a equilibrar as contas externas do Brasil”, disse. Ele explicou que o país tinha um déficit em transações correntes, ou seja, a relação econômica com o exterior era deficitária. “Agora passamos a ter maior equilíbrio porque as transações comerciais de bens ajudam nas contas externas, além de melhorar a saúde financeira do país como um todo”, concluiu. Herlon Brandão confirmou que o MDIC ainda trabalha com a perspectiva de um superávit significativo para 2016, na casa dos US$ 45 a 50 bilhões.
Feijão Brandão ressaltou que no primeiro semestre de 2016, o Brasil importou 78,4 mil toneladas de feijão preto, volume 41,2% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (30,9 mil toneladas). O principal fornecedor foi a Argentina, que passou de 25,7 mil toneladas em 2015 para 64 mil toneladas em 2016, o que significou um acréscimo de 117%. Na avaliação do diretor, com a redução temporária do Imposto de Importação do produto, a tendência é que o Brasil importe também de outros países.
Exportações No mês, decresceram as exportações de básicos (-21,7%) e manufaturados (-21,0%), enquanto aumentaram as vendas de semimanufaturados (3,7%), em relação ao ano anterior.
No grupo dos básicos, quando comparado com junho de 2015, decresceram as vendas principalmente de petróleo em bruto (-36,2%), minério de cobre (-32,2%) e café em grão (-26,3%). Os manufaturados, em relação ao mesmo período, retrocederam com as vendas principalmente de óleos combustíveis (-51,6%), autopeças (-33,1%) e óxidos e hidróxidos de alumínio (-31%). Por outro lado, cresceram as vendas de etanol (142,1%), tubos flexíveis de ferro e aço (26%) e pneumáticos (7,2%). No grupo dos semimanufaturados, quando comparado com junho do ano passado, cresceram as vendas principalmente de açúcar em bruto (53,6%), ouro em forma semimanufaturada (24,6%) e óleo de soja em bruto (14,7%).
Importações No mês, as importações registraram queda de 19,3% em relação a junho do ano passado e alta de 9,5% na comparação com maio de 2016. Segundo Brandão, isso se deve a equipamentos comprados para a Zona de Processamento às Exportações (ZPE) do Porto de Pecém (CE). “Esse é um investimento produtivo de mais de US$ 5 bilhões que impactou as importações no mês e que vai gerar mais exportações para o país. A previsão é que a siderúrgica – investimento da Vale com duas empresas coreanas – inicie sua produção e exportação de aço em agosto deste ano”, disse.
Em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, decresceram as importações de combustíveis e lubrificantes (-49,7%), bens de consumo (-30,2%) e bens intermediários (-19,9%). Já as compras de bens de capital aumentaram em 24,4%.
No grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de petróleo em bruto, óleos combustíveis e gás natural. Já no segmento bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de bens de consumo duráveis (automóveis de passageiros, espingardas e carabinas para caça, artigos de prótese, etc.) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (fungicidas, suco de laranja congelado, medicamentos, carne de frango, etc.).
Dentre os bens intermediários, decresceram as aquisições de peças e acessórios para bens de capital (placas de microprocessamento, torneiras e partes, partes de motores e geradores, etc.); insumos industriais elaborados (naftas para petroquímica, inseticidas, partes de aparelhos de radiodifusão, cloreto de potássio, etc.) e alimentos e bebidas elaboradas, destinados principalmente à indústria.
Com relação a bens de capital, cresceram os equipamentos de transporte industrial (navios-tanque, veículos automóveis, aviões, etc.) e bens de capital, exceto equipamentos de transporte industrial (fornos industriais, máquinas mecânicas, permutadores de calor, aparelhos para filtrar gás, etc.) .
Acumulado do ano No acumulado das exportações de janeiro a junho de 2016, registraram retração em relação a igual período de 2015, os produtos: básicos (-7,9%), manufaturados (-4%) e semimanufaturados (-1,5%).
Com relação à exportação de produtos básicos, houve diminuição, principalmente, de petróleo em bruto (-38%), café em grão (-27,3%) e minério de ferro (-24,4%). Por outro lado, cresceram as vendas de milho em grão (100,7%), algodão em bruto (34,3%), carne suína (13,2%), soja em grão (9,3%) e carne bovina (3,9%).
No grupo dos manufaturados, foi registrada retração principalmente de autopeças (-25%), motores para veículos e partes (-22,6%) e motores e geradores elétricos (-20,6%). Por outro lado, cresceram: etanol (74,2%), tubos flexíveis de ferro e aço (56,6%), automóveis de passageiros (34,3%) e suco de laranja não congelado (+18,4%).
Dentro dos semimanufaturados, as maiores quedas ocorreram nas vendas de: semimanufaturados de ferro e aço (-23,1%), couros e peles (-17,1%), ferro-ligas (-15,7%) e alumínio em bruto (-12,6%). Por outro lado, cresceram catodos de cobre (56,2%), ouro em forma semimanufaturada (23,6%), açúcar em bruto (17,2%) e madeira serrada (8,8%).
Os principais países de destino das exportações foram: China (US$ 21 bilhões), Estados Unidos (US$ 10,7 bilhões), Argentina (US$ 6,5 bilhões), Países Baixos (US$ 4,7 bilhões) e Japão (US$ 2,4 bilhões).
Em relação às importações do primeiro semestre de 2016, quando comparado com igual período anterior, houve queda em combustíveis e lubrificantes (-48,9%), bens de consumo (-27,5%), bens intermediários (-26,8%) e bens de capital (-19,9%).
Os principais países de origem das importações foram: China (US$ 11,4 bilhões), Estados Unidos (US$ 11,2 bilhões), Alemanha (US$ 4,7 bilhões), Argentina (US$ 4,2 bilhões) e Coreia do Sul (US$ 3 bilhões).
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC