Oficinas aconteceram em MG e ES e tiveram a participação de instituições ambientais, poder público e comunidade
Entre os meses de julho e agosto, 362 pessoas participaram das oficinas para discutir o método de seleção das áreas prioritárias para recuperação da bacia do rio Doce. Os encontros aconteceram nas cidades de Governador Valadares, Caratinga, Aimorés e Mariana, em Minas Gerais; e Colatina, no Espírito Santo.
Além de especialistas da Fundação Renova, as oficinas reuniram representantes de instituições ambientais, universidades, poder público e comunidade. O objetivo foi colher impressões e ouvir sugestões sobre a priorização de áreas.
“A participação das lideranças nas oficinas foi muito importante para construirmos um modelo mais adequado à realidade da bacia. Nossa ideia foi visitar os territórios para descobrir como poderíamos melhorar a metodologia e conseguir cumprir esse objetivo. O ambiente foi bem colaborativo, as pessoas participaram com boas sugestões”, destacou Felipe Tieppo, da frente Socioambiental da Fundação Renova.
A partir de agora, as sugestões recebidas podem ser incorporadas a uma nova versão do método de seleção - após avaliação dos especialistas da Fundação Renova e das universidades. Já as dúvidas serão consolidadas em um único documento, disponibilizado em breve no site da Fundação.
Para José Ambrósio Ferreira Neto, professor da UFV, as oficinas foram uma oportunidade de se aproximar de quem vive na região. “Ouvimos a opinião da população sobre nossos eventuais erros e acertos na elaboração do mapa. Agora, vamos construir uma versão não só consistente do ponto de vista técnico e acadêmico, mas também dialogada com a comunidade”, disse.
Método de seleção das áreas prioritárias
O método de seleção das áreas prioritárias é fruto de uma parceria da Fundação Renova com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Quase 30 membros dessas universidades trabalham em um modelo que utiliza critérios, parâmetros e pesos ambientais e socioeconômicos para definir as áreas que devem ser priorizadas nas ações de recuperação dos 40 mil hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de recarga hídrica ao longo da bacia do rio Doce.
Um dos maiores pesos considerados é a importância da restauração da localidade para o fornecimento de serviços ecossistêmicos (regularização da vazão das águas, fertilidade do solo, controle de cheias e de erosão etc.).