Aline Machado de Castro é a vencedora na categoria Líder na Indústria na premiação oferecida pela Sociedade Americana de Química e pela Sociedade Brasileira de Química
A engenheira química Aline Machado de Castro, da Petrobras, é a vencedora do 6º Prêmio Mulheres Brasileiras na Química. A premiação destaca a participação feminina e a diversidade na ciência, é oferecida pela Sociedade Americana de Química (ACS, sigla em inglês) e pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ), com apoio da ACS Publications, da CAS (uma divisão da ACS) e de instituições científicas brasileiras. Há 16 anos atuando no Centro de Pesquisa e Inovação da Petrobras (Cenpes), Aline é autora de mais de 100 artigos em revistas científicas e registrou 24 famílias de patentes ao longo de sua carreira.
Profissional sênior e consultora da Petrobras, a engenheira venceu na categoria Líder na Indústria. “É um reconhecimento que me alegra, por se tratar de um prêmio baseado nas contribuições de pesquisadoras para a ciência e a tecnologia do país. Fico muito honrada por suceder a querida amiga Sônia Cabral como recebedora do prêmio pela companhia, pois é uma mulher de garra e uma profissional que admiro muito”, ressaltou Aline.
Este é o segundo Prêmio Mulheres Brasileiras na Química conquistado por uma pesquisadora da Petrobras. Em 2020, Sônia Maria Cabral de Menezes também venceu na categoria Líder na Indústria.
Aline ressaltou a importância do reconhecimento das mulheres na Ciência. “Penso serem importantes premiações que destaquem a participação feminina na ciência. Ainda temos números muito desiguais em relação ao reconhecimento da contribuição de mulheres na área e premiações como essa incentivam mais mulheres a seguirem a carreira científica no país”, disse.
Atuação em processos sustentáveis para a indústria
Aline Machado de Castro é bacharel em engenharia química, mestre em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos e doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua carreira como pesquisadora é baseada no desenvolvimento de processos sustentáveis para a indústria, incluindo rotas para biorrefinarias, reciclagem de plásticos e captura e conversão de CO2. Além de atuar como profissional sênior e consultora da Petrobras, a pesquisadora é autora de livros infantis sobre educação ambiental e colabora com escolas e ONGs em projetos sociais de divulgação científica.
“Cheguei ao Cenpes em 2007, sendo integrada a projetos sobre produção de bioprodutos, como o etanol. Eu já vinha trabalhando com esse tema no doutorado, que eu cursava na Coppe/UFRJ naquela época, e foi muito bom poder conciliar a especialização acadêmica aos trabalhos da empresa. Depois, expandimos o portfólio de bioprodutos, incluindo monômeros para a petroquímica e, como uma evolução natural do trabalho, alguns anos depois iniciamos uma linha de despolimerização de PET usando enzimas (proteínas com propriedades de catalisadores), que foi pioneira no país e uma das mais avançadas no mundo, trazendo outras premiações, como o Reconhecimento de alto elogio da Institution of Chemical Engineers (instituição do Reino Unido) em 2015, o Prêmio ANP de tecnologia em 2019 e o Prêmio Kurt Politzer da Abiquim em 2020”, explicou a pesquisadora.
“Nesse meio tempo, estive como pesquisadora em pós-doutorado em universidades em Portugal e na Dinamarca, aprendendo tecnologias para captura e conversão de CO2, me capacitando para atuar em projetos relacionados à transição energética da empresa. Hoje o foco de meu trabalho tem sido essa última área”, acrescentou Aline.
Também foram premiadas Evelin Andrade Manoel, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na categoria Líder Acadêmica; e Joyce Kelly Rosário da Silva, da Universidade Federal do Pará (UFPA), na categoria Líder Emergente. Pela primeira vez desde a criação do prêmio, foram aceitas inscrições de mulheres transgênero e pessoas não-binárias. A premiação aconteceu durante a 46ª Reunião Anual da SBQ, em Águas de Lindoia (SP).
“Mais uma vez, temos a honra de premiar três grandes pesquisadoras brasileiras que se destacam pelo seu trabalho e valorizam a presença cada vez maior das mulheres na ciência, não só no Brasil mas em todo o mundo”, afirma Denise Ferreira, gerente nacional do CAS no país. “Espero ainda que este prêmio possa servir de incentivo e inspiração a novas cientistas no país, como forma de estimular o avanço das pesquisas e da participação feminina.”
Sobre a American Chemical Society:
A American Chemical Society é uma organização sem fins lucrativos registrada pelo Congresso dos Estados Unidos. Com mais de 150 mil membros, a ACS é a maior sociedade científica do mundo e uma das principais fontes de informação científica autorizada.
Sobre a Sociedade Brasileira de Química:
A Sociedade Brasileira de Química (SBQ) foi fundada em 1977 com o objetivo promover o desenvolvimento e a disseminação do conhecimento em química no Brasil.