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Publicado: 13/12/2017 15:26h

Exportação de Ferro Gusa pelo Porto de Vitória deve crescer 34% em 2017

Exportação de Ferro Gusa pelo Porto de Vitória deve crescer 34% em 2017

O Sindicato das Indústrias do Ferro do Estado de Minas Gerais, SINDIFER, representante das empresas do setor instaladas em Minas Gerais e no Espírito Santo, projeta terminar 2017 com um crescimento de 34,7% na exportação de Ferro Gusa pelo Cais Paul/Gusa, do Porto de Vitória, em relação ao ano anterior, com um volume de 800 mil toneladas. Um crescimento representativo em relação às 594 mil toneladas embarcadas em 2016, especialmente, considerando a movimentação geral do Porto de Vitória que, em decorrência da crise econômica, registra redução no volume de produtos embarcados.

Segundo o Presidente do SINDIFER, Fausto Varela Cançado, até outubro foram exportadas 722 mil toneladas, em 28 navios, e até o final do ano estão programados mais quatro navios e embarque de, aproximadamente, 70 mil toneladas, somando, em 2017, cerca de 790 mil toneladas, em 32 navios.

“A boa movimentação se deve, principalmente, ao aumento da demanda dos compradores estrangeiros e à melhora na competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. Também contribuiu o aprimoramento na logística e as adequações na operação, com melhor aproveitamento do Cais de Paul/Gusa”, explica o Presidente do Sindifer.

Para os produtores de Ferro Gusa de Minas, esta parceria é muito saudável, não só pela logística favorável, como pela ligação histórica entre os Estados. Acreditam, também, que a boa relação seja positiva para o Espírito Santo, pois movimenta a economia estadual na geração de empregos e renda e na criação de negócios para as empresas locais.

A produção de Ferro Gusa em Minas Gerais e no Espírito Santo

A produção total de Ferro Gusa pelas indústrias da região Sudeste projetada pelo SINDIFER para 2017 é de 2,6 milhões de toneladas sendo, aproximadamente, 2,35 milhões de toneladas das indústrias de Minas Gerais e 284 mil toneladas do Espírito Santo; parte da produção é destinada para o mercado interno (aciarias e fundições) e parte para o mercado externo (exportação). No Espírito Santo, duas indústrias produzem Ferro Gusa. Elas estão localizadas em João Neiva e Cariacica.

“Para a exportação, o porto utilizado, preferencialmente, é o Cais Paul/Gusa, do Porto de Vitória/Vila Velha que, apesar de suas limitações, com área total de 12.000 m² e apenas 160 metros de comprimento de frente para atracação, é um dos mais produtivos, se comparado com outros cais do complexo portuário organizado de Vitória. Também não conta com retroárea contígua e seu reduzido calado limita a capacidade de carregamento”, explica o Presidente do SINDIFER.

A boa performance decorre do sistema de operação e logística portuária implantado, com a carga chegando a uma moega de descarga localizada dentro do cais, por ferrovia, e sendo transferida para um equipamento específico para embarque de granel sólido (ship loader), no caso Ferro Gusa, de propriedade do SINDIFER, que o transporta até o porão do navio.

A previsão é de que a operação melhore ainda mais com o término das obras de derrocamento do canal, quase concluídas, conforme anunciou a CODESA. Após as obras, será possível a atracação de navios de maior porte, hoje direcionados para outros portos, e embarques de carga de até 50 mil toneladas. Atualmente, o limite é de aproximadamente 38 mil toneladas.

Uma notícia relevante para um setor cuja produção começa muito antes, em Minas Gerais. Das usinas, o Ferro Gusa é enviado, por rodovia, para terminais próximos, ainda em Minas, de onde segue em vagões ferroviários para o terminal de Aroaba, no Espírito Santo. Aqui eles passam por um novo transbordo para vagões adequados aos equipamentos do porto, para embarque.

No caso das indústrias do Espírito Santo, o Ferro Gusa é transportado até Aroaba por via rodoviária, repetindo a mesma operação até o Cais Paul/Gusa. Importante: todo esse processo é feito sem o uso de caminhões nas vias urbanas da Grande Vitória.
 
Benefícios da operação de exportação de Ferro Gusa para o Estado, municípios e CODESA

- Geração de mais de 120 empregos diretos e 300 indiretos na operação do Porto, no terminal de Aroaba, setor de logística e outros.

- Abertura de oportunidade de negócios e prestação de serviços para empresas do Espírito Santo como despachantes, agentes do navio, apoio na regularização e acompanhamento de arqueação e análise do produto embarcado e outros.

- Receita para a CODESA: somando as tarifas portuárias com as de ocupação e utilização da estrutura terrestre do cais, em 2017, somente com o Ferro Gusa exportado pelo Cais Pau/Gusa, serão recolhidos para a CODESA, mais de R$ 7 milhões.

A indústria de Ferro Gusa no Espírito Santo

No Espírito Santo, das quatro usinas de Ferro Gusa instaladas, duas estão em funcionamento, a CBF Indústria de Gusa, localizada em João Neiva, e a Cia. Siderúrgica Santa Bárbara, em Cariacica.

Somadas elas projetam para 2017 produzir cerca de 284 mil toneladas de Ferro Gusa, sendo que deste total, 39 mil toneladas (14%) são destinadas ao Mercado Interno e 244 mil toneladas (86%) são para exportação. No total, somam um faturamento aproximado de R$ 259,1 milhões e vão gerar cerca de R$ 19,3 milhões em impostos estaduais e federais (ICMS, PIS, COFINS e IPI). Também são representativas na geração de emprego e renda, pois, respondem por mais de 520 empregos diretos e 1.400 indiretos.

A história do Cais de Paul/Gusa

Há mais de 50 anos o Ferro Gusa, produzido em Minas Gerais e Espírito Santo, é exportado pelo Cais de Paul, berço 905, do Porto de Vitória.

Até 2007, época da construção do Porto de Tubarão, em Praia Mole, o Cais era administrado por concessão, pela Vale. Ela o utilizava para embarque de Minério de Ferro. Neste período, a operação com o Ferro Gusa era feita em espaços entre os navios de minério, usando o que se chama de “janela”.

Com a entrada em operação do Porto de Tubarão, a Vale transferiu seus embarques de minério para lá, mantendo a Cais de Paul, exclusivamente para o Ferro Gusa, daí o nome Cais de Paul/Gusa.

Em 2007, a Vale entregou a concessão e o Cais voltou a ser administrado pela CODESA. Mas com a devolução da concessão, criou-se um impasse referente ao Ship Loader, um equipamento feito sob medida para o porto, então de propriedade da Vale, que aumentava a produtividade da operação.

Como o valor do equipamento era elevado e a CODESA não tinha previsão orçamentária para tal investimento, foi proposto ao SINDIFER, responsável pelo embarque do Ferro Gusa, a compra do Ship Loader, junto com a garantia de utilização do Cais de forma contínua.

Apesar do valor elevado, os produtores de Ferro Gusa associados aceitaram a proposta e autorizaram o SINDIFER a fazer a aquisição.

Após uma série de demandas para a regularidade das atividades com a troca do administrador, o que exigiu um trabalho árduo da CODESA e SINDIFER, em fevereiro de 2014, quando foi obtido, novamente, o alfandegamento, o Cais de Paul/Gusa voltou a operar a plena capacidade.

De lá para cá, foram embarcados, em 2014, 390 mil toneladas, em 17 navios; em 2015, 487 mil toneladas, em 18 navios; em 2016, 594 mil toneladas, em 25 navios e, em 2017, a expectativa é de atingir 790 mil toneladas, em 32 navios. Vale ressaltar que, para janeiro e fevereiro de 2018, já tem negociações fechadas ou em processo adiantado de confirmação.


Fonte: Mile4 Assessoria de Comunicação
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