Agora é possível navegar virtualmente pela bacia do rio Doce, do rio Gualaxo do Norte, na região de Mariana (MG), até a foz do rio Doce, no Espírito Santo
A bacia do rio Doce, uma das mais monitoradas no país em relação a dados sobre a qualidade da água, foi cenário de uma expedição para captar e registrar, por meio de imagens, as condições atuais dos cursos d’água da região atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Batizada de Expedição Rio Doce, a ação é um mapeamento fotográfico detalhado, um dos maiores já produzidos em uma bacia hidrográfica, agora público e incorporado ao Google Street View. Mais de 1,5 milhão de imagens foram captadas durante 55 dias, em cerca de 600 km de percursos fluviais, marítimos, terrestres e aéreos – do rio Gualaxo do Norte, na região de Mariana (MG), até a foz do rio Doce, em Regência, no Espírito Santo. Para facilitar o acesso às informações e ampliar essa experiência imersiva, foi criada uma plataforma digital, que, além do mapeamento detalhado, abriga conteúdo audiovisual, recursos interativos e informações sobre a qualidade da água.
O projeto é uma das iniciativas para dar transparência e gerar conhecimento sobre os trabalhos de reparação e compensação realizados pela Fundação Renova ao longo da bacia.
“O objetivo desse projeto foi permitir que, não só os atingidos, mas toda a sociedade, pudesse navegar de forma virtual pelo rio Doce e, consequentemente, ver como estão as condições do rio atualmente, ter acesso a dados de qualidade da água, observar como estão as ações de reparação, verificar como estão as margens e toda a relevância da bacia”, afirma Juliana Bedoya, Gerente Socioambiental da Fundação Renova.
Durante a expedição, finalizada em janeiro deste ano, a equipe chegou a um total de 190 mil imagens captadas especificamente com uma câmera 360 graus. São essas imagens que compõem o percurso publicado no Google Street View. Além da captação no rio Doce, outra equipe produziu minidocumentários e vídeos que registram personagens que têm suas vivências atreladas ao rio. Contabilizando a visita técnica e a descida no rio, foram percorridos de carro cerca de 37 mil quilômetros. Somando todo o material audiovisual, entre fotos e vídeos, foram 134 horas de captação, com 291.500 arquivos registrados na ação.
Para realizar toda a operação de captação de imagens por água e por terra, foi necessária uma diversidade de equipamentos que, juntos, somam quase 1 tonelada. São câmeras, drones, servidores, computadores, barcos, geradores, baterias, placas solares, ferramentas e suprimentos, além de um hovercraft, um tipo de aerobarco para transporte em superfícies difíceis.
Plataforma
Todo esse conteúdo está disponibilizado na plataforma www.expedicaoriodoce.fundacaorenova.org. Esse ambiente digital disponibiliza ainda, por meio de cards informativos, um detalhamento das ações realizadas pelos programas socioambientais da Fundação Renova.
Uma galeria de fotos está disponível para o usuário, com imagens produzidas no trajeto. Também é possível ter acesso a informações relacionadas à qualidade da água produzidas por um dos maiores programas de monitoramento do país, realizado pela Fundação Renova desde 2017.
Segurança
Algumas estratégias foram fundamentais no contexto da Covid-19 e exigiram um planejamento criterioso, para garantir o cumprimento de todos os protocolos adotados pela Fundação Renova, integrados também às recomendações sanitárias e diretrizes de estados e municípios visitados. A equipe passou por testagem e rigorosos períodos de quarentena e se isolou em um motorhome, com estrutura autossuficiente. O objetivo foi evitar o contato com as comunidades e manter o distanciamento social.