Em tempos de escassez de crédito e dificuldade econômica, a Fundação Renova cria o Desenvolve Rio Doce, um fundo de financiamento de capital de giro com recursos de R$ 40 milhões para micro e pequenos empresas do Espírito Santo e de Minas Gerais. O lançamento do fundo no Espírito Santo foi realizado hoje, em Linhares, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico e social dos municípios ao longo da bacia do Rio Doce.
A iniciativa, que oferece condições especiais de prazo e taxa de juros abaixo do mercado, resulta de um acordo entre a Fundação Renova, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O financiamento facilitado visa a oferecer suporte a empresas com capacidade de expansão e recuperação econômica nas cidades impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão.
No Espírito Santo, serão atendidos os municípios de Linhares, Colatina, Marilândia e Baixo Guandu. O capital é da Fundação Renova, e os bancos dos estados entram como operadores financeiros. O Bandes prevê financiamento médio de R$ 20 mil por empresa. Com o aporte inicial de R$ 10 milhões, será possível atender a cerca de 500 empresas no estado.
“A Fundação Renova tem a responsabilidade de reparar e compensar os danos causados pelo rompimento da barragem e deixar o cenário socioambiental da bacia do Rio Doce melhor do que antes do rompimento. Para isso, está construindo parcerias e abrindo portas para a retomada da economia nas cidades impactadas. A ideia é melhorar os negócios e dinamizar a economia local”, ressaltou a diretora de Desenvolvimento da Renova, Andrea Azevedo.
O diretor-presidente do Bandes, Aroldo Natal Silva Filho, também destacou a importância dos recursos para melhorar a qualidade de vida dos moradores. “Em tempo de crise, é fundamental a atuação do Bandes no Desenvolve Rio Doce. Nosso principal objetivo é fomentar a economia do estado, gerando emprego e renda. Aderimos a esse processo de recuperação, com uma linha de crédito diferenciada, que não é encontrada no mercado”, ressaltou Aroldo.
Movimentação na economia
Em todo o período de vigência do fundo, que será de dez anos, o número de operações pode chegar a 3,4 mil num movimento de recursos de aproximadamente R$ 130 milhões em valores nominais nos dois estados. O retorno dos recursos, resultante da quitação das prestações, financiará novos empréstimos.
Em Minas Gerais, a assinatura com o BDMG foi realizada no início deste mês. No estado mineiro, o BDMG estima ticket médio de R$ 38 mil por empresa, o que resultaria no atendimento de 800 empresas com o aporte inicial de R$ 30 milhões.
Saiba mais
> O fundo Desenvolve Rio Doce foi criado para fomentar o desenvolvimento econômico e social dos municípios ao longo da bacia do Rio Doce impactados pelo rompimento da barragem;
> O crédito para capital de juros será facilitado para as micro e pequenas empresas, com menos burocracia. Além disso, as taxas de juros, que variam de 0,89% a 1,82 a.m., são muito abaixo do que as praticadas pelo mercado para esse tipo de financiamento;
> Cada empresa pode financiar de R$ 10 mil a R$ 100 mil e o prazo de pagamento será de 12 a 48 meses;
> No Espírito Santo, as inscrições devem ser feitas com consultores do banco presentes nos quatro municípios. Depois da prospecção, a próxima etapa é o cadastro. Com a documentação correta, o processo segue para análise e aprovação. Após a conclusão, o recurso será liberado em até 15 dias. Mais informações no site
www.bandes.com.br.