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Publicado: 19/10/2017 01:00h

Vale procura sócio para maior mina de níquel do mundo

Vale procura sócio para maior mina de níquel do mundo
A mineradora brasileira Vale está procurando por um sócio para investir em uma das maiores minas de níquel do mundo. A medida faz parte da estratégia de seu novo diretor-presidente Fabio Schvartsman, que tem o objetivo de reduzir a dívida da companhia e se desfazer dos ativos com baixo desempenho.

A Vale está trabalhando com o banco canadense Scotiabank para vender uma fatia da Vale Nova Caledônia (VNC), operação de processamento de níquel localizado no arquipélago francês de Nova Caledônia, na Oceania, segundo pessoas a par do assunto.

A mineradora já realizou conversas com vários grupos chineses, incluindo a Gem Co., uma companhia com sede em Shenzhen que recicla e refina níquel-cobalto para usar em baterias, disseram as fontes.

A companhia brasileira está apostando que a revolução das baterias, impulsionada pela transição para os veículos elétricos e para os sistemas de armazenagem de energia, irá ajudá-la a encontrar um investidor estratégico para um de seus ativos mais desafiadores.

A Vale não quis comentar mas recomendou uma recente apresentação para investidores onde Schvartsman ressaltou uma nova estratégia para o mercado de níquel, incluindo uma "parceria" para suas operações na Nova Caledônia. O Scotiabank e a Gem Co. não foram imediatamente contactados para comentar.

Schvartsman, que antes ocupava o comando da Klabin, maior produtora de papel e papelão do Brasil, foi indicado como diretor-presidente da Vale em março. A indicação surpreendeu muitos representantes do setor de mineração que esperavam que a empresa com sede no Rio de Janeiro optasse por um executivo que já trabalhasse na Vale.

Logo após assumir o cargo, Schvartsman iniciou uma avaliação dos "ativos de baixo desempenho" da Vale. Ele disse que um "diagnóstico feito em 60 dias" iria indicar que partes da companhia deveriam ser "melhoradas" e que partes deveriam ser alvo de "ações prioritárias".

A Vale investiu bilhões de dólares no desenvolvimento da VNC, que registrou muitos desafios técnicos e tem enfrentado dificuldades em gerar caixa.

A unidade é constituída pela mina de Goro, uma fábrica processadora e o porto. No ano passado, ela produziu 34 mil toneladas de níquel processado.

Em um relatório recente, analistas do Bank of America Merrill Lynch informaram que a VNC era insustentável economicamente sem uma elevação nos preços do níquel ou sem uma "fonte alternativa de financiamento". Embora o preço do níquel tenha subido 18% este ano para US$ 12 mil por tonelada, ele ainda está mais de 50% abaixo do registrado em 2011. Contudo, analistas acreditam que dias melhores virão para o mercado do níquel.

O níquel é um dos metais que podem se beneficiar da revolução da energia verde. Baterias de níquel-manganês-cobalto devem se tornar o padrão industrial para veículos elétricos, à medida que permitem que os motoristas dirijam distâncias maiores com uma única carga.

Dependendo dos processos químicos envolvidos, haverá necessidade de uma oferta de níquel adicional entre 300 mil a 900 mil toneladas por ano até 2025, informa o UBS.

Colocando esses números em perspectiva, para 2017, os analistas esperam que a produção global de níquel refinado atinja 2 milhões de toneladas.

A busca de um parceiro estratégico para VNC acontece em um momento em que a Vale, o maior produtor mundial de minério de ferro, finaliza um pacto entre os acionistas controladores que está em vigor há duas décadas.

Sua nova estrutura pode acabar reduzindo a influência do governo na administração da empresa e torná-la mais atraente para os investidores internacionais, muitos dos quais têm ignorado a empresa devido às prováveis ligações com o governo brasileiro.

Auxiliado por preços elevados de commodities, as ações da Vale subiram 36% neste ano, elevando o valor de mercado da empresa para US$ 55 bilhões.


Fonte: Valor Econômico
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