O Presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, Léo de Castro, participou de intensa agenda em Minas Gerais nesta sexta-feira (22), em encontros com os governadores Renato Casagrande (ES) e Romeu Zema (MG) e também com representantes da Federação das Indústrias de Minas, incluindo o presidente da Federação mineira, Flavio Roscoe.
Entre os principais assuntos debatidos estão a necessidade de obras na BR 262 e o modelo de concessão da rodovia; a união dos dois Estados para resolver questões de infraestrutura como os investimentos em ferrovias e portos; a adoção de uma estratégia de valorização e agregação de valor ao café; o adensamento da cadeia produtiva de petróleo e gás e também a evolução na segurança jurídica das operações entre as indústrias dos dois Estados, tema de grande relevância para o setor produtivo. Foram discutidas ainda ações de desenvolvimento para a região do vale do Rio Doce.
O primeiro encontro foi na residência do governador de Minas Gerais, e a pauta mais importante foi a ligação rodoviária entre os dois Estados: a BR-262. Minas e ES mantêm contatos com o Ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para deliberar sobre o assunto.
“Temos duas importantes rodovias que nos ligam a Minas e a BR-262, que vai de Vitória até o Estado do Mato Grosso do Sul, é a mais importante. Uma rodovia fundamental, que liga o Leste ao Oeste do País e que está em situação precária. Sabemos da dificuldade da privatização e temos que cobrar do Governo Federal investimentos públicos enquanto se procura investidores privados. ”
O governador capixaba mencionou que a Estrada de Ferro Vitória-Minas, ligação ferroviária entre os dois estados, é o trecho mais eficiente do Brasil. “Temos necessidade de ampliar a ferrovia no nosso Estado até Anchieta, na região sul, e posteriormente até o Rio de Janeiro, o que também interessa a Minas. Queremos ser a porta de saída e entrada dos produtos de Minas para o mundo e do mundo para Minas”, destacou.
Segundo o presidente da Findes, Leo de Castro, a Federação das Indústrias do Espírito Santo tem construído pautas em defesa do desenvolvimento do Estado e tem articulado ações que promovem o crescimento socioeconômico. “Um dos assuntos das agendas estratégicas é o destrave dos projetos de melhoria da infraestrutura e logística do Estado, que dificulta a competitividade da indústria capixaba”, reforçou.
Além da reunião com o governador Zema, também foi realizada uma reunião com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Na ocasião, participaram ainda empresários de Minas Gerais; o secretário de Agricultura, Paulo Foletto; e o presidente do Bandes, Maurício Duque.
“Estamos aqui para dar mais um passo nessa integração. Identificamos Minas Gerais como nosso maior parceiro, onde temos maior sinergia e, por isso, a necessidade de integrarmos as ações. Seja na administração pública, debatendo a questão da segurança jurídica dos atos das Secretarias da Fazenda de ambos os Estados, assim como na troca de experiência de instituições públicas e nessa integração entre as duas Federações das Indústrias. Vamos definir uma pauta em torno de nossos interesses junto ao Governo Federal”, afirmou Casagrande.
De acordo com Leo, ficou agendada para fevereiro do ano que vem uma reunião mais ampla, com uma proposta de plano de trabalho integrado. “Governo e federações se juntam para desenvolver a infraestrutura como meio para aumentar a competitividade das industrias capixabas e mineiras. A ideia é sairmos com uma pauta clara e unir toda a política em torno da negociação e execução dos projetos”, explicou.
“Estamos unindo os Estados do ES e MG, governadores e federações das Indústrias, em torno da construção de uma agenda resolutiva para infraestrutura e segurança jurídica nas transações entre os Estados”, complementou.
Federações do Sudeste cobram soluções para gargalos da infraestrutura
As Federações das Indústrias do Sudeste têm atuado em conjunto para superar os gargalos e melhorar rodovias e ferrovias da região. Os Conselhos Temáticos de Infraestrutura (Coinfra) das federações do Sudeste se reuniram pela primeira vez no dia 26 de setembro, em encontro com os presidentes dos Conselhos de Minas e do Espírito Santo e também o gerente do Conselho do Rio de Janeiro. São Paulo não participou nesta fase por não ter uma pauta comum num primeiro momento.
Nessa reunião do dia 26, foram abordadas as seguintes questões, para os modais rodoviário e ferroviário:
Modal Rodoviário
BR 262/381 – Duplicação do trecho BH a Vitoria, 520 km (Corredor Centro Leste)
BR 101 – Duplicação do trecho Niterói à Divisa com a Bahia – 798 km (322 + 476); Status: concessão da Autopista Fluminense (Arteris) no Rio e da ECO 101 no ES. Duplicados 126 km entre Campos e Niterói (39%) e 17 no ES (3,5%).
BR 116 – Duplicação do trecho Guapimirim/RJ a Divisa Alegre/MG (divisa com a Bahia), com 926 km.
BR 259 – Adequação de capacidade do trecho Valadares a João Neiva – 265 km.
Modal Ferroviário
EF 262 – Corredor Centro Leste com 1.462 km abrangendo Trecho Alto Araguaia/MT a Uberlândia/MG, FCA de Uberlândia a Belo Horizonte e EFVM de Belo Horizonte a Vitoria. Necessário: Implantação do Contorno da Serra do Tigre pela FCA – Variante Ibiá a Sete Lagoas – trecho de aproximadamente 300 km.
EF 118 – Corredor Centro Sudeste com 577 km ligando Vitoria ao Rio, passando pelos portos de Ubu, Central, do Açu e do Rio de Janeiro. Proposta: Implantação em bitola mista.
EF 354 – Corredor Centro Sudeste com 1.800 km do entroncamento com a EF 118 até Lucas do Rio Verde, passando pelo Vale do Aço e pela região produtora de minério de ferro. Proposta: Implantação da primeira fase, da EF 118 (RJ) a Luizlândia do Oeste/MG – 1.050 km em bitola larga.
Na reunião do dia 26, Rio e ES defenderam a EF 118 como projeto prioritário comum, mas Minas não se sentiu confortável em função de a contrapartida da renovação antecipada da EFVM, nesse caso, ir pra ES e RJ. O Coinfra/FIEMG ficou de eleger em 30 dias um projeto em seu território para compor um pacote a ser defendido conjuntamente pelos três estados, incluindo a EF 118. Os dois estados propõem postergar a defesa conjunta da EF 354, num segundo momento.
Em encontro com o Presidente do Coinfra/FIEMG, na reunião da CNI, realizada no dia 30 de outubro, ele informou que ainda não tinha chegado a um consenso interno sobre o assunto.