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Publicado: 01/08/2017 00:00h

Fibria entregará proposta por Eldorado nesta semana

Fibria entregará proposta por Eldorado nesta semana
A Fibria, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, deve formalizar uma proposta para compra da Eldorado Brasil, controlada pela J&F Investimentos, entre quarta-feira e quinta-feira desta semana, apurou o Valor.

Após indicar publicamente que segue interessada no ativo, a companhia da Votorantim e da BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teria recebido uma sinalização de que os irmãos Joesley e Wesley Batista estão dispostos a ouvir sua oferta.

Neste momento, a J&F está em negociações exclusivas com a chilena Arauco para "explorar um possível investimento" na Eldorado. Os chilenos teriam oferecido quase R$ 14 bilhões para garantir a exclusividade nas tratativas por 45 dias e o prazo acaba nesta quinta-feira. A potencial negociação com a Fibria seria iniciada somente após essa data (dia 4 em diante).

Na semana passada, o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, reiterou publicamente o interesse na Eldorado, citando importantes sinergias entre as operações: as duas companhias têm fábrica na cidade de Três Lagoas (MS) e poderiam compartilhar desde infraestrutura e pessoal até florestas. O executivo também ponderou que há um valor máximo a ser colocado na mesa de negociações.

Mas, segundo uma fonte ouvida pelo Valor, a intenção da Fibria é garantir a vitória na disputa com os chilenos, o que poderia resultar em uma oferta agressiva. A empresa já contabilizou todas as sinergias e conta com o financiamento necessário para levar adiante a operação e ainda refinanciar as dívidas da Eldorado. O valor líquido é era R$ 7,7 bilhões em março.

Na indústria brasileira, há clara preferência por uma consolidação que envolva Fibria e Eldorado e não com a Arauco. De um lado, porque os chilenos são conhecidos por serem mais agressivos na concessão de descontos e venderem celulose para tradings, o que prejudica a formação de preços da matéria-prima - hoje muito influenciada pela China. De outra parte, segundo outra fonte, porque a Arauco poderia se apressar para colocar em execução o projeto de expansão da Eldorado, contribuindo para manter as cotações da matéria-prima pressionadas por mais tempo, reduzindo o retorno para todos os players.

Entre os fundos de pensão que são acionistas da Eldorado, apurou o Valor, também haveria preferência por uma transação com a Fibria. Nesse caso, Petros (dos funcionários da Petrobras) e Funcef (da Caixa) poderiam migrar suas participações para o capital da nova empresa e sair em um momento de preço mais atrativo.

Assim como a Arauco, a Fibria também teria se reunido com as fundações para falar sobre uma potencial compra. Os fundos de pensão são acionistas da Eldorado por meio do FIP Florestal, que detém 34,45% do capital da empresa. Cada fundação tem participação individual de 24,75% no FIP, no qual investiram R$ 275 milhões cada uma, enquanto a J&F tem 50,5% - a holding detém ainda 63,59% diretamente da companhia.

Ficando na Eldorado, ou na empresa combinada com Fibria, os fundos acreditam que no futuro poderiam melhorar o valor do seu investimento sob nova gestão.

Na mais recente reavaliação do patrimônio do FIP Florestal, a Planner, que o administra, optou por considerar uma avaliação conservadora feita pela consultoria Baker Tilly, que atribuiu valor de R$ 4,5 bilhões à companhia considerando-se apenas a fábrica existente e de R$ 8 bilhões se incluído o projeto de expansão.

Procurada, a J&F informou que "não comenta a venda de ativos além das informações públicas e respeita os contratos de exclusividade em andamento". A Fibria, por sua vez, disse que já manifestou que tem interesse nos ativos da Eldorado, mas não fez, até o momento, nenhuma proposta vinculante pela empresa. "Da parte da Fibria, aguardamos o fim do período de exclusividade da negociação anunciado pela Eldorado Celulose com outra companhia para nos manifestarmos", acrescentou.
 

Fonte: Valor Econômico
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