Cerca de 600 metros quadrados de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV) serão instalados na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em Vitória. O objetivo é gerar energia solar para abastecer o prédio e evitar a emissão de centenas de toneladas de CO2.
A inciativa acontece por meio de parceria com a EDP, concessionária que distribui energia no Espírito Santo e que atua em todos os segmentos do setor elétrico, e a Sunew, líder mundial na fabricação de Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV). Serão investidos mais de R$ 5 milhões no projeto, com recursos de pesquisa e desenvolvimento da EDP.
A ação inclui ainda as sedes da empresa de energia no Espírito Santo e em São Paulo e o início das insta previsto para o próximo mês de maio e prazo de execução de 20 meses.
Para o presidente do Sistema Findes, Léo de Castro, trata-se de mais uma iniciativa para promover a inovação no Espírito Santo. “Promover a inovação é uma de nossas missões na Findes. Queremos empresas e empresários inovadores, e estamos inovando também com os filmes fotovoltaicos orgânicos. É uma tecnologia nova com células capazes de gerar energia elétrica a partir do sol. São leves e flexíveis para se adaptarem a diversas estruturas e, em breve, irão compor a nossa fachada. Além disso, a tecnologia é limpa e sustentável, com ganhos econômicos e ambientais, totalmente em dia com o mundo contemporâneo e o olhar que temos para as futuras gerações”, avalia.
Segundo Fernando Saliba, diretor da EDP, a expectativa é que a tecnologia desse piloto esteja disponível no portfólio da empresa em breve. “Este projeto em parceria com Sunew e a Findes busca dar escala à tecnologia do OPV integrado a adesivos, agregando valor à geração de energia limpa. Por ser versátil e se adaptar à aplicação em fachadas e claraboias de vidro, esta solução permite um uso mais fácil e generalizado, podendo vir a ampliar, num futuro próximo, o portfólio de serviços que a EDP oferece aos seus clientes”, afirma.
Tecnologia sustentável
Os painéis fotovoltaicos orgânicos são compostos por células capazes de gerar energia elétrica a partir da luz do sol. Com características como leveza, flexibilidade e transparência, os adesivos se adaptam a diversas estruturas se adequando a locais onde tecnologias tradicionais não se aplicam. No caso do edifício da Findes, a aplicação será na fachada de vidro (aplicação vertical) e na cobertura (aplicação horizontal). Depois de instalados, os adesivos evitarão a emissão de até 245 toneladas de CO2 na atmosfera.
O produto da Sunew é a tecnologia mais verde de energia solar, uma vez que até mesmo o seu processo produtivo possui a mais baixa demanda energética dentre todas as alternativas (apenas 1.4MJ/Wp) e a menor pegada de carbono (10 a 20 vezes menor que as tecnologias solares tradicionais). Os filmes são feitos de material orgânico não tóxico, com impressão similar à realizada na indústria têxtil, e requerem menos energia para serem produzidos.
Aplicações
Além da instalação na sede da Findes, a EDP também fará a implantação de aproximadamente 600 m² de OPV em sua sede no Espírito Santo, 300 m² na sua loja de atendimento em São Paulo e 400 m² no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
“A parceria entre EDP e Sunew visa reafirmar os objetivos de desenvolvimento sustentável de ambas as empresas, aliando geração de energia limpa com design e inovação. Com a produção e instalação de 2 mil m² de OPV, a EDP deixará de emitir cerca de 80 toneladas de dióxido de carbono por ano. Uma excelente contribuição para a sociedade e seus clientes finais”, afirma Tiago Alves, CEO da Sunew.
Assim como outras tecnologias fotovoltaicas, o painel OPV é capaz de converter luz em energia elétrica e pode trabalhar em conjunto com os painéis fotovoltaicos tradicionais. Entretanto, algumas vantagens do produto são a redução temperatura do edifício, reduzindo a necessidade de utilização de aparelhos de ar condicionado; o bloqueio das radiações infravermelha e ultravioleta; e a facilidade de instalação e manutenção.
Iniciativa de P&D certificada pela Aneel
O programa de P&D da Aneel tem como objetivo alocar adequadamente recursos humanos e financeiros em projetos que demonstrem originalidade, aplicabilidade, relevância e viabilidade econômica de produtos e serviços, nos processos e usos finais de energia.
Após a produção e instalação do adesivo, a tecnologia fotovoltaica será monitorada, e os dados coletados serão utilizados para avaliação do comportamento do filme fotovoltaico. Na sequência, a partir da revisão e dos dados coletados pelo monitoramento do projeto, será produzido um artigo científico abordando o desempenho da instalação do painel OPV. A EDP e a Sunew também realizarão o acompanhamento técnico e a confecção de relatórios quadrimestrais para o monitoramento do estudo e entrega para a Aneel.