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Publicado: 12/09/2018 00:00h

Diversidade: tema em constante pauta

Diversidade: tema em constante pauta
O tema mostra que maiorias ainda são excluídas nas organizações
 
A inclusão é um assunto que ganhou espaço no mundo inteiro e, principalmente, nas empresas. Atualmente, ela já não está mais atrelada ao simples cumprimento da legislação a ser cumprida. É pauta que gera melhoria contínua e possibilita a inovação. Os debates sobre diversidade e inclusão conquistaram espaços nas agendas de gestores e vêem sendo temática de vários fóruns, sempre reforçando como a cultura da diversidade faz parte da estratégia de inovação.
 
Já temos várias empresas que investem fortemente em diversidade e já estão alcançando resultados positivos. De acordo com um estudo da McKinsey&Company 10, empresas com diversidade étnica e racial possuem 35% mais chances de ter rendimentos acima da média do seu setor e as empresas com diversidade de gênero possuem 15% a mais de chances de obter rendimentos.
 
Estes dados demonstram que ter uma força de trabalho multicultural é uma excelente estratégia a se adotar. Mas, alguns países, e consequentemente suas organizações, ainda precisam ter uma mudança de mentalidade.
 
O Brasil, por exemplo, tem uma cultura amplamente diversificada. Além dos nativos, nossa população foi formada por distintas fontes migratórias, como os portugueses, africanos, europeus e imigrantes da Ásia e do Oriente Médio.
 
Apesar de todas as possibilidades para se expressar atualmente, o preconceito ainda toma proporções gigantescas e mesmo que grande parte das pessoas reprove este comportamento, algumas infelizmente se identificam com ele.
 
Trabalhar este tema e discuti-lo dentro das organizações é um grande passo para alavancar novos posicionamentos e ajustes de cultura. Para tal, há caminhos como: desenvolver política de oportunidades iguais, analisar problemas e saber se adaptar, ser transparente em relação aos critérios de contratação, aprimorar a retenção de minorias, promover debates sobre o vieses inconscientes e implementar a flexibilidade no local de trabalho.

Além disso, é preciso incentivar as empresas a terem a diversidade como parte de seus valores e encorajar a prática de se trabalhar com perfis diferentes. Um destes perfis é em relação à raça. A desigualdade racial é um fenômeno antigo no Brasil e pauta de muitas discussões e pesquisas. É um grande desafio a inclusão racial nos postos de trabalho.
 
Dados do Instituto Ethos, em pesquisa realizada em 2017, mostram que pessoas negras ocupam apenas 6,3% de cargos na gerência e 4,7% no quadro executivo, embora os negros representem mais da metade da população brasileira. Neste contexto, a presença de mulheres negras, em comparação aos homens, é ainda mais desfavorável: elas preenchem apenas 1,6% das posições na gerência e 0,4% no quadro executivo. A situação só se inverte nas vagas de início de carreira ou com baixa exigência de profissional, como em nível de aprendizes (57,5%) e trainees (58,2%).
 
Na pesquisa do Instituto Ethos, evidenciou-se que 94,2% dos cargos executivos pertencem a brancos, enquanto apenas 4,7 dos negros ocupam cargos nesse nível. Ainda de acordo com o levantamento do Ethos, de 117 empresas consultadas, apenas 14 afirmaram possuir alguma iniciativa visando à promoção de igualdade de oportunidades entre negros e brancos, e apenas uma organização tinha metas para ampliar a presença do grupo em cargos de direção e gerência.
 
Como enfrentar este desafio e possibilitar a inclusão racial? O interessante é inserir o tema no dia a dia das organizações e investir em soluções de inclusão específicas para cada segmento, a partir de dados existentes na própria empresa com relação ao perfil de funcionários. Um segundo momento é influenciara cultura organizacional (símbolos, regras e decisões cotidianas), com políticas de capacitação e valorização das pessoas, sensibilizando os funcionários para a diversidade e para a equidade racial. Outro ponto importante é criar um ambiente propício ao diálogo.
 
Os desafios são muitos em todas as esferas quando se trata de diversidade. Por isso, o tema deve estar na pauta das empresas durante todo o ano e ser discutido incansavelmente.

Fonte: Cynthia Molina, Diretora de Diversidade da ABRH-ES
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