Os bancos tradicionais brasileiros (classificados como “instituições incumbentes”) têm até novembro de 2021 para dar um salto de transformação digital que vai equiparar suas operações ao nível de abertura, flexibilidade e agilidade da nova leva de “desafiantes”, como as cerca de 800 Fintechs, insurtechs e outros negócios disruptivos na área financeira.
O prazo (considerado apertado) é definido pela
Comunicação 33455/19 do Banco Central para início de pleno funcionamento do modelo compartilhado de abordagem ao cliente, o Open Banking.
Na avaliação da Flexdoc, uma empresa especializada em transformação digital e automação de fluxo de documentos bancários e não bancários, esta nova onda de mudanças representa um desafio para este setor, que tradicionalmente se caracteriza por uma infraestrutura pautada pela regulamentação e pelo fechamento dos dados.
Em um recente encontro setorial online (
o Congresso CIAB Febraban), ocorrido em junho último, diretores das maiores instituições financeiras do País consideraram ousado o calendário do Bacen, mas admitiram não ter retorno a instauração no país de um modelo operacional voltado para a experiência do cliente.
A caraterística central do Open Banking está em ampliar a liberdade de escolha de serviços e a agilidade no atendimento ao cliente. Para tanto, os bancos precisam oferecer interfaces de programação abertas (APIs) para que programadores externos – sejam eles de fintechs, de empresas de varejo, telcos etc – possam criar aplicativos financeiros compatíveis com a estrutura operacional de qualquer banco.
Desta maneira, os agentes envolvidos podem compartilhar dados (autorizados) de clientes para desenvolver seu marketing analítico na venda de produtos financeiros próprios, híbridos ou de terceiros.
“Através do emprego de APIs, diversas Fintechs e bancos já oferecem produtos como a integração do fluxo de caixa com o sistema de notas fiscais eletrônicas (NF-e) para a antecipação online de recebíveis. Há também interfaces “gamificadas” para a captação de consignados ou para a compra de débitos de longo prazo, bem como calculadoras online para a venda de seguros multibandeiras”, exemplifica Eduardo Borém, diretor comercial da Flexdoc.
Corrida pelo onboarding digital
Com sua plataforma de automação de operações baseada em processamento óptico, a própria Flexdoc vem apoiando os bancos a maximizar a experiência do cliente através da automação de cadastros e registros de transações. Tudo isto realizado via captura de imagens pelo celular, dispensando a digitação de dados, o tráfego de papeis ou o comparecimento às agências.
Na ponta desse processo, a empresa disponibiliza um kit de programação para aplicações (SDK) que permite a qualquer empresa introduzir a captura de dados por câmera ou scanner em seus processos de cadastro ou preenchimento de apólices, e a interagir com tecnologias de reconhecimento inteligente nas camadas de validação, autorização e consolidação do acesso.
Uma parte expressiva dos bancos já digitalizou processos críticos, como o de compensação e custódia de cheques e boletos, abolindo o tráfego de documentos físicos e entregando a gerência para o próprio usuário remoto. Este mesmo contingente também já sincronizou as operações de retaguarda com os múltiplos canais, como agências, ATMs e internet banking.
“Mas a maioria das instituições ainda precisa correr para digitalizar suas plataformas de embarque (onboarding), de modo a eliminar procedimentos de digitação ou conferências manuais que geram atrito na operação e causam a fuga de clientes”, afirma Borém.
A tecnologia da Flexdoc torna instantâneo o onboarding dos clientes através de cadastros por imagem e com a autenticação por fatores múltiplos. Entre estes, a checagem de documentos por padrão, a conferência digital de assinatura e a comparação de registros de foto com a biometria de face obtida a partir de “selfies” tiradas pelo cliente durante o cadastro inicial.
Recentemente, a empresa disponibilizou um aplicativo denominado FlexExtractor, contendo as funcionalidades dessa jornada de registro, para ser baixado gratuitamente na AppleStore e no GooglePlay.
Segundo o Borém, com a tecnologia hoje disponível na maioria dos bancos é possível realizar atualizações rápidas, nos modelos de workflow, que possibilitam criar o ambiente de integração por APIs sem precisar abrir mão do legado, mas compatibilizando esta estrutura com o modo de processamento em nuvem.
Além de aprofundar a digitalização e a capacidade analítica para ler e cruzar dados por imagem, os bancos precisam absorver mecanismos de governança que acompanhem cada operação segundo preceitos normativos. Este é o caso das disposições da nova lei de privacidade de dados (LGPD) e a regulação KYC (Conheça o seu Cliente), que responsabiliza a instituição pela autenticidade dos cadastros.
Entre os clientes da Flexdoc estão alguns dos maiores bancos instalados no Brasil, além de empresas de seguros, telecomunicações, setor de saúde, varejo e centros de pesquisa.