Investimentos em tecnologia e sustentabilidade fortalecem atividades industriais e ativos ambientais da Vale no Espírito Santo. No Porto de Tubarão, por exemplo, soluções inovadoras e ações responsáveis ajudam a melhorar processos logísticos e a promover o desenvolvimento local. O terminal também recebe navios equipados com tecnologias voltadas para descarbonização, como velas rotativas e velas rígidas, que contribuem para a redução das emissões de CO₂ no transporte marítimo.
Entre as principais iniciativas, destaca-se o uso de carregadores de navio totalmente remotos com novos sistemas anticolisão com navios, que reduzem a exposição de pessoas a riscos operacionais e aumentam a segurança dos ativos, além de sistemas inteligentes para monitoramento e controle de indicadores críticos como umidade.
“No Espírito Santo, a Vale tem avançado com soluções tecnológicas que tornam suas operações mais seguras, sustentáveis e eficientes. No Porto de Tubarão, a inovação é parte essencial da evolução dos processos e da melhoria contínua dos equipamentos", diz o diretor do Porto de Tubarão, Rodrigo Vasconcelos.
O controle rigoroso da umidade do minério de ferro é essencial para garantir a segurança das cargas embarcadas. Índices elevados de umidade podem causar instabilidade e liquefação do produto durante o transporte. Por isso, o Porto de Tubarão adota sistemas digitais e inteligência artificial para garantir que a umidade esteja sempre abaixo do limite permitido, conforme metodologias e controles definidos pela Marinha do Brasil e órgãos internacionais.
Outra tecnologia pode ser conferida na leitura de calado dos navios, etapa fundamental para garantir a segurança da navegação. Drones substituíram as lanchas nesse processo, permitindo medições mais rápidas, precisas e seguras, inclusive em condições adversas como chuva ou vento. A mudança reduziu em 60% o tempo de parada operacional durante os testes em 2024 e praticamente eliminou esse tempo em 2025, além de diminuir custos e emissões de CO₂.
Agora, essa medição é feita no convés da embarcação ou mesmo em terra, com aparelhos sincronizados.
Também são utilizados drones subaquáticos no Porto de Tubarão. Os equipamentos são operados de forma totalmente remota, reduzindo o risco para atividade de mergulho, além de tornar o processo mais ágil e preciso.
Eles podem ser utilizados em qualquer atividade que envolva inspeção visual em ambientes aquáticos. Possuem alcance de 100 metros de profundidade e geram imagens de alta qualidade, que permitem análise de forma precisa. Inspeções em píeres, que levavam até quatro horas por meio de trabalhos de mergulho, passaram a ser realizadas em cerca de uma hora com a ajuda do drone subaquático, sem a necessidade de parar a operação e o carregamento do navio.
O Porto de Tubarão também investe em inteligência artificial e ferramentas de vídeo analytics para inspeção digital de correias transportadoras, peneiras, vagões e pilhas de minério. Essas soluções permitem retirar os empregados de áreas de risco, otimizar a produtividade e reduzir custos operacionais.
Programa Ecoshipping reduz emissões de carbono
Em 2018, a Vale desenvolveu o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento chamado Ecoshipping para apoiar o desafio da empresa de reduzir suas emissões de carbono, em linha com o que vem sendo discutido no âmbito da Organização Marítima Internacional (IMO).
A Vale anunciou investimentos de até US$ 6 bilhões desde 2020 para reduzir suas emissões de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030. A empresa também se comprometeu com uma redução de 15% nas emissões do Escopo 3 até 2035.
Entre as tecnologias estão as velas rotativas instaladas nos navios Valemax e Guaibamax equipados, que usam a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões. Há também outros projetos de propulsão a ventos instalados em navios que prestam serviço para a Vale, apoiados ou financiados pela empresa.
Outra inovação é sistema de velas rígidas instalado no navio Berge Olympus, um graneleiro do porte Newcastlemax. As velas rígidas, produzidas pela fabricante BAR Tech WindWings, utilizam energia eólica para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2. Cada vela instalada tem uma envergadura de 37,5 metros de altura e 20 metros de largura. O Berge Olympus poupa cerca de 6 toneladas de combustível por dia em uma rota média mundial, equivalente à uma redução de emissões de CO2 de aproximadamente 19,5 toneladas por dia. O projeto foi desenvolvido pela Berge Bulk, armador contratado pela Vale para o transporte de minério, que está investindo fortemente na incorporação de eficiência de ponta e inovação ambiental no transporte marítimo.
Reserva Natural Vale: tecnologia e ciência para conservar a biodiversidade
A inovação também está presente nos ativos ambientais da Vale no ES. A Reserva Natural Vale (RNV), localizada em Linhares, reforça o compromisso da empresa com a conservação da Mata Atlântica e a promoção da pesquisa científica. O espaço utiliza tecnologias inovadoras e parcerias acadêmicas para proteger a biodiversidade e apoiar avanços na área da saúde.
Cinco equipamentos automatizados coletam sons e imagens da floresta de forma contínua, permitindo o acompanhamento da biodiversidade em tempo real. Em outra frente, a partir de parceria da Vale com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) teve início uma pesquisa sobre o uso de plantas da Mata Atlântica no tratamento do câncer de mama, utilizando inteligência artificial e bioinformática para analisar moléculas com propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e anticancerígenas.
A Reserva mantém um dos maiores viveiros da América Latina em diversidade de espécies nativas, com cerca de 800 espécies produzidas ao longo de quase 50 anos. Para garantir o controle de cada muda, utiliza o Sistema de Gestão Integrada de Áreas Protegidas (SGIAP), que registra desde a coleta da semente até o envio da muda para projetos de restauração florestal, com rastreabilidade em todas as etapas.
Em 2025, o espaço doou mais de 3 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica para áreas urbanas, propriedades rurais, órgãos públicos e unidades da própria Vale. A produção prioriza diversidade genética e qualidade, e neste ano o viveiro recebeu 66 kg de sementes de 113 espécies diferentes, garantindo adaptação aos biomas de destino.
Todo processo de produção de mudas e reflorestamento é apoiado pelo Laboratório de Análises de Sementes Florestais, inaugurado na Reserva na década de 70. O laboratório gera conhecimento técnico-científico em relação à fenologia (estudo dos ciclos de vida das plantas) das espécies nativas e contribui para as práticas de restauração e conservação.
Com cerca de 23 mil hectares, a RNV está entre as maiores áreas protegidas de Mata Atlântica no Brasil, contribuindo para conservar a floresta de tabuleiro, uma das formações mais ameaçadas do bioma. O espaço recebe ações de educação ambiental, projetos de uso sustentável dos recursos naturais e pesquisas científicas, além de funcionar como Jardim Botânico e integrar a Rede Brasileira de Jardins Botânicos.