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Publicado: 20/09/2017 12:41h

A Fundação Renova monitora a qualidade da água do Rio Doce em tempo real

A Fundação Renova monitora a qualidade da água do Rio Doce em tempo real

A bacia do Rio do Doce se torna a mais monitorada do país. São 22 estações automáticas e 92 pontos de coleta de dados ao longo de Minas Gerais e Espírito Santos

Um novo programa de monitoramento da qualidade da água do Rio Doce entrou em operação em agosto e transforma essa bacia na mais monitorada do Brasil. São 22 estações automáticas que fazem análises em tempo real. As estações são parte do Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático (PMQQS) de água e sedimentos, desenvolvido conjuntamente pela Fundação Renova, órgãos ambientais e agências de água e terá duração de 10 anos.

Todos os resultados medidos por essas 22 estações serão transmitidos on-line para o poder público para formar uma rede de informação e alerta. As informações servem para subsidiar o planejamento preventivo dos principais sistemas de abastecimento público de água, servir de base de dados para ações dos órgãos públicos e ser indicadores para acompanhar a recuperação do Rio Doce.

O monitoramento automático é realizado por meio de uma estrutura fixa no local de medição, com equipamentos que medem nível d’água e parâmetros meteorológicos, como quantidade de chuva e temperatura do ar. Oito dessas estações serão equipadas com uma sonda que verifica dados de turbidez, acidez (PH), oxigênio dissolvido, condutividade, temperatura da água e a existência de microrganismos.

O trabalho também conta com monitoramento manual: são 56 pontos ao longo da bacia do Rio Doce – desde os diques das barragens em Mariana, em Minas Gerais, até a foz do Rio Doce, em Linhares, no Espírito Santo –, e 36 pontos no litoral – em áreas estuarinas e do litoral Sul do Espírito Santo até o Sul da Bahia. Em 21 das 22 estações de monitoramento automático também há coleta manual de dados. A amostragem manual prevê monitoramento mensal da água e de sedimentos com parâmetros como íons, nutrientes, metais totais e dissolvidos, além de indicadores biológicos.

Os órgãos ambientais que participaram do projeto – Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (IEMA), Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – realizaram em julho uma inspeção em toda a bacia do Rio Doce e aprovaram as estruturas para operar o programa. “É a primeira vez no país que uma bacia hidrográfica tem uma rede de monitoramento e alerta, com análises tão completas da qualidade da água”, ressalta a diretora da ANA, Gisela Forattini.

Para Senisi de Almeida Rocha, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu e membro do CBH-Doce, as informações em tempo real representam um avanço, que podem orientar nas decisões relacionadas com a gestão das águas dos rios. “Teremos referências mais precisas e imediatas”, destaca o especialista que também faz parte do Conselho Consultivo da Renova.

Monitoramento anterior

Desde o rompimento da barragem de Fundão, o monitoramento da água do Rio Doce já vinha sendo feito de forma sistemática. Segundo os resultados recolhidos até então, a presença de metais nas análises da água bruta está de acordo com o padrão dos resultados que eram obtidos na bacia antes da passagem dos rejeitos. Isso significa que a água pode ser retirada do rio para que seja devidamente tratada e fique dentro dos parâmetros de potabilidade da Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, antes da distribuição pela rede de abastecimento.


Fonte: Assessoria de Imprensa Fundação Renova
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