A chamada “Indústria 4.0” foi tema de palestra na reunião desta terça-feira (19) da Comissão de Ciência e Tecnologia. O termo, cunhado em 2011 a partir de um projeto do governo alemão, engloba o uso da tecnologia para integrar todos os processos de produção dentro de uma fábrica inteligente. O colegiado recebeu o vice-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Luciano Raizer, que destacou as principais características da Quarta Revolução Industrial. Raizer é ainda diretor de uma empresa de consultoria em tecnologia e professor do Centro Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Raizer explicou que a indústria 4.0 tem foco no desenvolvimento de novas tecnologias que prometem aumentar a produtividade e colocar a inovação no centro de todas as etapas do processo produtivo. Inteligência artificial, robótica avançada e biotecnologia são avanços que devem se concretizar na Indústria 4.0. “São inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufaturas avançadas. A Indústria 4.0 utiliza conceitos de sistemas ciber-físicos e internet das coisas, possibilitando processos de produção cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis”, afirmou Raizer.
O especialista declarou que algumas indústrias brasileiras já automatizaram seus processos, mas o País precisa avançar para atingir a manufatura digital. Segundo ele, “o Brasil tem apenas 0,5% dos robôs do mundo (…) está na 81ª posição entre os países que investem em tecnologia”.
Raizer ainda apresentou um estudo feito nos Estados Unidos que fez uma projeção dos empregos a partir da Quarta Revolução Industrial. Pesquisadores sugerem que “cerca de 47% das profissões existentes no mundo hoje estão suscetíveis a serem substituídas pelas inovações em automação e robótica”. Porém, os especialistas acreditam que o cenário não deve gerar desempregos em massa, uma vez que a previsão é de que haja maior demanda por profissionais qualificados, com capacitação técnica, capazes de exercerem funções mais complexas e criativas.
O vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Jamir Malini (PP), defendeu que o Poder Público deve investir em capacitação para evitar que novas tecnologias acarretem em desemprego. “As políticas públicas devem estar voltadas para a capacitação dos trabalhadores para que eles não percam as oportunidades da indústria 4.0. É preciso um investimento mais focado no que o mundo está pedindo e possibilitar que nossa população esteja preparada para ocupar esse novo modelo de mercado de trabalho”, sugeriu.
Já o presidente da comissão, deputado Esmael Almeida (PMDB), declarou que é importante conhecer o novo contexto tecnológico. “Precisamos aprender sobre esse novo cenário que começa a se difundir pelo mundo, para que nosso setor industrial tenha condições de acompanhar essas evoluções”, concluiu.
Com informações do site da ALES. Veja a matéria original aqui.