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Publicado: 04/04/2017 14:04h

Fibria antecipa linha 2 de MS e reduz no ES

Fibria antecipa linha 2 de MS e reduz no ES

Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Fibria cumpriu o que estava previsto e antecipou em um mês o início de operação do projeto Horizonte 2 (H2), um investimento de US$ 2,2 bilhões que amplia a distância em relação ao segundo colocado no ranking global. Agora, a nova linha de produção da fábrica de Três Lagoas (MS) entrará em operação em setembro, em um momento que tende a ser melhor do que o esperado para os preços internacionais da celulose.

Ao mesmo tempo, a companhia admitiu que poderá, a partir do quarto trimestre e em 2018, reduzir a produção na fábrica de Aracruz (ES), que é a de maior custo entre suas unidades, e substituir esses volumes pela celulose proveniente da expansão, que terá custo de produção mais baixo. Com isso, poderá reduzir a volatilidade nas cotações típica dos períodos de adição de novas capacidades no mercado.

"Poderemos olhar, diligentemente, para a base de produção, para a produção marginal [de maior custo] e trocar essa produção", disse ao Valor o presidente da Fibria, Marcelo Castelli. Em Aracruz, o custo de produção é mais elevado por causa da maior compra de madeira de terceiros.

No geral, em 2016, o custo caixa de produção de celulose da companhia ficou em torno de US$ 200 por tonelada. Na nova linha, ele cai a US$ 107, considerando-se o dólar a R$ 3,15. Ali, o raio médio (distância entre fábrica e floresta) será inferior a 100 km e a companhia passará a ter um excedente adicional de energia de 130 MWh.

No segundo semestre de 2016, a Suzano Papel e Celulose já havia indicado que poderia retirar do mercado volumes de custo de produção mais elevado, com vistas a reduzir a volatilidade nas cotações típica dos períodos de adição de novas capacidades no mercado.

"Poderemos olhar, diligentemente, para a base de produção, para a produção marginal [de maior custo] e trocar essa produção", disse ao Valor o presidente da Fibria, Marcelo Castelli. Em Aracruz, o custo de produção é mais elevado por causa da maior compra de madeira de terceiros.

No geral, em 2016, o custo caixa de produção de celulose da companhia ficou em torno de US$ 200 por tonelada. Na nova linha, ele cai a US$ 107, considerando-se o dólar a R$ 3,15. Ali, o raio médio (distância entre fábrica e floresta) será inferior a 100 km e a companhia passará a ter um excedente adicional de energia de 130 MWh.

No segundo semestre de 2016, a Suzano Papel e Celulose já havia indicado que poderia retirar do mercado volumes de custo de produção mais elevado, com vistas a reduzir a oferta de celulose e evitar maior erosão dos preços. Do fim de setembro para cá, porém, houve cinco reajustes apenas na China e as cotações voltaram a níveis que remuneram adequadamente o acionista, segundo a indústria.

Conforme Castelli, com a nova linha de produção, a Fibria estará apta a interferir nos preços internacionais da fibra curta diante da escala que passa a ter. Com a expansão mais as 900 mil toneladas de matéria-prima produzidas pela Klabin e vendidas pela companhia, serão mais de 8 milhões de toneladas por ano em capacidade nominal para comercialização.
"Temos a intenção de ser 'price shaper' (modelador) porque ninguém consegue ser 'price maker' (formador de preço). Mas vamos exercer a disciplina do líder", disse Castelli. Segundo ele, o projeto H2 é um dos mais competitivos, "se não o mais" da indústria, com custo de US$ 985 a tonelada, considerando todos os investimentos alocados no site. "Isso reduziu a intensividade de capital. É difícil que se repita um projeto como esse".

Com a antecipação da operação, do projeto H2 poderá produzir 1,75 milhão de toneladas de celulose de eucalipto no ano que vem e vai alcançar capacidade plena de 1,95 milhão de toneladas anuais em 2020. Neste ano, a linha 2 da fábrica sul-mato-grossense deve produzir 377 mil toneladas, acima da estimativa original que previa produção de pelo menos 300 mil toneladas. "Essa é uma posição conservadora", disse Castelli.

A Fibria já havia indicado na teleconferência de resultados do quarto trimestre, em 31 de janeiro, que poderia antecipar a produção no projeto H2. Ao fim de março, a taxa de evolução das obras físicas já tinha chegado em 87% e 61% do total de desembolsos havia sido executado. Quando anunciou o projeto, a Fibria previa orçamento de US$ 2,5 bilhões, valor que caiu a US$ 2,3 bilhões. "Estamos à frente do cronograma e abaixo do orçamento", disse.

A nova linha em MS elevará em 50% o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa, que no ano passado foi de R$ 3,74 bilhões, informou o diretor de finanças e relações com investidores Guilherme Cavalcanti. Com a antecipação do início de operação do projeto em um mês, disse, haverá aceleração do retorno do investimento, o que deve ocorrer em um prazo de 5,1 a 5,6 anos.

Em relação à alavancagem financeira, que estava em 3,3 vezes (dívida líquida/Ebitda, em dólar) em dezembro, a expectativa é de que o processo de queda comece já no quarto trimestre, com a geração de caixa da nova linha. "Não devemos ficar muito acima disso", afirmou. No pico, que pode ser alcançado no terceiro trimestre, esse índice poderá ficar entre 4 e 5 vezes - o consenso de analistas indica alavancagem máxima de 4,1 vezes neste ano, com queda para 3 vezes em 2018.

Cavalcanti observa que a Fibria não tem compromissos em contratos de dívida (covenants) referentes a alavancagem e já havia renegociado limites de endividamento para 2017 e 2018 para 7 vezes e 6 vezes. "E isso está muito acima do que vai acontecer", disse.


Fonte: Valor Econômico
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