Na metade do primeiro semestre desse ano, o IBGE anunciou que o desemprego entre jovens de 18 a 24 anos havia alcançado a faixa dos 25%. Isso significa que, para cada 10 jovens, aproximadamente 3 estão desempregados ou na informalidade, sem levar em consideração os 'subempregados', aqueles que trabalham sob condições precárias (baixas remunerações e pouca qualidade de vida). Trata-se de um cenário alarmante, onde um grupo laboral chave para o futuro do país não está produzindo o suficiente, e está longe de ter um padrão de vida condizente com o custo Brasil. Estamos enfrentando o 'desemprego estrutural': ao mesmo tempo que não existem emprego para pessoas competentes no mercado, formamos desempregados, que deixam as escolas e as universidades sem ter trabalho.
O desemprego, além de ser causado pela falta de oportunidades, também é resultado de uma escassez de capacidades e aptidões entre os jovens que buscam ingressar no mercado de trabalho. Devido à situação presente da economia brasileira, a única alternativa das empresas têm sido reduzir de tamanho, e isso implica na demissão de uma massa de profissionais que não possui as competências necessárias para a sobrevivência da empresa. O ponto central é: no que o jovem profissional deve investir tempo e esforço para tornar-se e manter-se relevante?
Não dependa somente do seu curso superior
Só pelo título do tópico, subentende-se que não dá mais para começar uma vida profissional sem um curso superior. Funcionou para Zuckerberg e para Bill Gates - mas foram casos excepcionais. Dê verdadeira importância à sua graduação, e foque em complementar seus conhecimentos com cursos relevantes para a área que você almeja. Estude Inglês e Espanhol (é cada vez mais importante saber se comunicar com nossos hermanos latinos), finanças pessoais, técnicas de negociação, Excel, alguma linguagem de programação, entre muitas outras opções. O importante é ter conhecimentos relevantes para o papel que você quer desempenhar em uma organização. Intercâmbios e trabalhos voluntários também ajudam na construção de um currículo que chamará a atenção do empregador.
Aprenda a vender-se
Vender-se não é apresentar seu currículo de uma forma mirabolante ou ser expansivo e falar mais alto que os concorrentes numa dinâmica. Vender-se é construir uma marca pessoal com base em um verdadeiro processo de autoconhecimento. Aprenda mais sobre você, sobre suas fraquezas e forças, desejos e interesses, e descubra o melhor jeito de comunicar isso. Sua marca pessoal deve ter os mesmos fundamentos que uma empresa; deve ter visão, missão e valores. Pense na sua marca através desse conceito, e haverá clareza no seu discurso.
Um exemplo para você praticar:
Visão: ajudar empresas a tomar decisões mais inteligentes e orientadas ao cliente.
Missão: fornecer informações estratégicas e baseadas em dados para a alta gestão.
Valores: ser transparente e íntegro no meu trabalho.
O que eu sou? Um consultor de Business Intelligence.
Pronto! Você se vendeu, e não precisou falar alto ou usar jargões para conquistar o RH daquela empresa que você sempre quis trabalhar. E trabalhe para polir sua marca constantemente!
Outra coisa importante: saiba vestir-se adequadamente para uma entrevista. Guarde um par de sapatos para ocasiões especiais!
Mergulhe de cabeça no cargo que você exerce
Seja o melhor naquilo que você faz. Aprenda tudo o que puder sobre a sua função, e esteja próximo dos profissionais na sua organização que dominam esse assunto. Entenda como o seu trabalho impacta nos resultados do negócio. É necessário colocar a mão na massa e ver como as coisas funcionam, mesmo que você não goste muito daquilo que faz; lembre-se que os CEOs, CFOs e COOs já foram estagiários um dia, e tiveram trabalhos chatos e que ninguém gosta. Há algum tempo li uma frase que dizia: "Don't simply work hard, work smart", ou seja, trabalhe sabiamente, avaliando a importância de cada tarefa que você realiza. Isso tudo contribui com que você seja indispensável na sua organização.
Não perca tempo
Provavelmente esse é o conselho mais importante do artigo. Evite gastar seu tempo com atividades pessoais na hora do trabalho ou conversando com colegas no café. É lógico que todos precisam de uma pausa, ou dar uma ligadinha lá em casa - mas não precisa checar o Snapchat a cada 15 minutos. Otimize seu tempo, e trate de resolver as coisas mais importantes no começo do dia. Aquela ligação difícil com um cliente? Faça-a assim que chegar no escritório. Aquele relatório que precisa ser entregue até o fim do dia? Termine-o quanto antes. Mostre ao seu chefe que você não é um acomodado - e que você está batalhando para ser indispensável.
Concluindo...
Ter um emprego hoje em dia é bastante complicado (especialmente quando não se tem tanta experiência), mas não é impossível. Apesar de existir uma crise econômica, o Brasil é um país emergente onde muita coisa precisa ser feita. As empresas precisam de profissionais bons e competentes, e que não dormem no ponto. Invista nos seus conhecimentos, na sua marca pessoal, nos seus relacionamentos e não gaste tempo com besteiras. Aproveite que você é jovem e cheio de energia! Além do mais, não há desculpas - qualquer um com força de vontade pode empreender e começar um novo negócio. Não seja parte da estatística - seja quem vai fazer a diferença!