Pequenas empresas se beneficiam da expansão global brasileira para trocas internacionais
Os resultados da balança comercial brasileira, divulgados no início de maio, foram positivos para o país. Até abril, os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços contabilizaram um superávit foi de US$ 6,1 bilhões.
O cenário favorável internamente, bem como a expansão global acima da média mundial divulgada pela pesquisa realizada pela Organização Mundial do Comércio, indicam um mercado de trocas internacionais promissor para as empresas brasileiras que desejam iniciar no comércio exterior.
Gilberto Campião, Professor da Associação Brasileira de Assessoria e Consultoria em Comércio Exterior, Abracomex, com mais de 25 anos de experiência no mercado internacional, afirma que não importa o tamanho da empresa, seja ela micro, pequena ou até MEI, a importação sempre surgirá como vantagem competitiva. “Atuar com o comércio exterior garante acesso a matéria prima inacessível no mercado doméstico, preços mais competitivos, novas tecnologias e processos”, exemplifica.
O primeiro passo para uma empresa se abrir ao comércio internacional é se preparar. Para o especialista, é preciso ter clareza com o seu proposito na importação e entender os passos que se seguirão: como irá fazer a entrega desse produto no mercado, quais os diferenciais, qual a estrutura necessária, os recursos e como será vendido, são alguns dos exemplos.
Sobretudo as empresas pequenas tem grande dificuldade em entender o processo de importação, os fluxos, controles e valores envolvidos. “O material de pesquisa disponível para consulta, costuma ser extenso e confuso, sem necessidade. Por isso é preciso bastante cautela ao entrar neste segmento, pois mesmo que simples, erros em importação são punidos com altas multas e sem perdão”, informa Gilberto. Segundo o especialista procurar uma consultoria especializada logo no inicio do projeto de expansão é o ideal. “Começar certo é sempre a melhor recomendação”.
Melhor momento para importar
Atuar no comércio exterior é um diferencial para as pequenas empresas. Mas o fato das compras acontecem em outros países, com vários atores envolvidos, como transportadoras locais, internacionais, aduanas e despachantes, torna o processo um pouco complexo.
Segundo Gilberto, é necessário entender que a importação é um sub processo dentro da empresa. O empresário precisa ter uma visão ampla do negócio, saber o que quer, fazer uma gestão diária, ter visão futura, trabalhar com indicadores e metas e usar a importação para alcança-las. “É através da importação que a empresa tem acesso a produtos e serviços que fazem a diferença e a torna mais forte e competitiva”.
Principais multas de importação
Para importar existem uma série de regras e trâmites burocráticos que precisam ser preenchidos. Pelo fato do processo conter mais detalhes é de suma importância que um profissional especializado, que possa observar cada detalhe, se encarregue da sua execução.
Um dos principais tropeços é a classificação NCM. Todo o produto importado deve ter a classificação NCM, e a classificação incorreta fará com que a empresa pague uma multa sobre o valor declarado.
Outra multa comum é por incorreção na fatura comercial, o preenchimento incorreto ou a ausência de alguma informação acarreta em uma multa de R$200. Quando o preço declarado está em desacordo com o preço praticado uma nova multa é aplicada, com o valor correspondente a diferença apurada.