Exportadores e importadores já podem utilizar o Porto de Vitória para operações diretamente com a China. Uma linha comercial entre Vitória e o porto de Gaolan, em Zhuhai, foi inaugurada nesta quinta-feira (29), em cerimônia no Terminal de Vila Velha (TVV). Foram embarcadas 35 mil toneladas de granito capixaba.
A inauguração contou com a presença do governador Paulo Hartung; o diretor da CODESA, Roberto Carlos Teles Braga; presidente da ONG JCI Brasil-China, Chang Kuo I; gerente comercial da TVV, Pedro Marques; e Carlos Eiras, da Câmara de Comércio Brasil/China - ES; além de empresários, autoridades federais, estaduais e municipais, agentes e operadores portuários, sindicalistas e imprensa.
A CODESA trabalhou e conseguiu estabelecer a rota comercial direta entre os portos, que representa vantagens como a redução do tempo de viagem em quase 10 dias e, consequentemente, menor valor de frete. Todo tipo de carga poderá ser comercializado, já que alguns navios serão adaptados para transporte de contêineres.
Missão
A visita da missão capixaba à China, em fevereiro deste ano, por iniciativa da CODESA, teve decisões práticas e partiu da negociação de aproximação entre os países. A delegação, capitaneada pelo presidente da CODESA, Luis Claudio Montenegro, teve como principal objetivo efetivar a parceria com as autoridades e empresários chineses, cuja possibilidade vinha sendo debatida desde 2010. A missão voltou com o acordo assinado. De férias, Montenegro não pode participar do evento de inauguração da rota.
O navio Tian QI tem sete meses e pertence à armadora Cosco Shipping, também poderá operar contêineres, podendo transportar até 300 unidades. Outros armadores também já estão se articulando para atuar nesta rota.
Para o diretor da CODESA, Roberto Carlos Teles Braga, a crise política e econômica que o Brasil vem enfrentando é uma oportunidade de crescimento e conexão com o comércio exterior. "É um momento de geração de emprego e fortalecer os portos de Vitória e Zhuhai. O objetivo é fazer com que o Espírito Santo esteja à frente dessa crise", reforçou.
Chang Kuo I, presidente da ONG JCI Brasil-China, comunidade chinesa no Brasil, ressaltou que a linha marítima é uma conexão de culturas: "A relação de amizade entre os países é o símbolo de uma nova trilha para a movimentação econômica, promovendo comércio e a troca de culturas".
Oportunidade
O governador do estado, Paulo Hartung, encerrou a cerimônia e falou sobre a importância da China para o comércio e a economia brasileira. "Essa ligação nos faz lembrar que, em meio à crise, o Espírito Santo é o ponto de partida para o relacionamento com o mundo. Cerca de 60% do PIB do Estado é proveniente de comércio exterior e é necessário que isso se torne ainda mais forte", destacou.
Para o governador, a linha comercial entre Brasil e China expressa a parceria entre os países. "É importante, ainda, sair da zona de conforto e explorar, por meio dessa conexão, a possibilidade de expansão do comércio exterior", concluiu.
Confiança
O superintendente de projetos da CODESA, Walter Arruda reforça a importância desse projeto para a economia de Vitória e agilidade nos negócios portuários: "Essa é uma das etapas de desenvolvimento que toda a diretoria da CODESA está envolvida. Cerca de 90% da carga que sai de Vitória passa, obrigatoriamente, por portos de outros estados e queremos mudar essa realidade", disse.
De acordo com Arruda, já no próximo mês de julho serão anunciadas outras duas rotas comerciais com conexão no Porto de Vitória. Uma linha de negócios com os Estados Unidos, que está sendo articulada, e outra linha com o norte da Europa, que já está definida e deverá entrar em operação muito breve.
A ampliação de mercado que a CODESA vem executando faz parte do planejamento estratégico da empresa e tem respaldo nas ações realizadas, tais como o aprofundamento do canal de Vitória, a operação do controle de tráfeg marítimo pelo sistema VTMIS, que já está operando, e as obras do novo Cais de Atalaia. Com infraestutura adequada e a busca de negócios, a cadeia produtiva se desenvolve e a economia do Estado cresce.