"A automação é o caminho para o futuro dos portos brasileiros". A frase do especialista Maxwell Rodrigues, CEO do ERGOS Group, causou impacto na plateia presente na tarde de quarta-feira (5), último dia da 1ª Conferência Internacional de Portos, em Vitória. De forma dinâmica, com exemplos claros e objetivos, o executivo fez observações acerca do uso incorreto da automação em muitos terminais brasileiros, mas apontou os melhores caminhos para o avanço tecnológico do setor.
Para Maxwell, "muitos portos brasileiros usam os sistemas de informação em automação operacional de forma errada". E questinou: "Por que ossistemasdisponíveis dão certo na Europa, Ásia e E.U.A, e no Brasil dá errado?". Na sequência respondeu: "O problema não é a ferramenta, mas o operador!" A solução apontada por ele é investir na infraestrutura para montar os processos ou modelos operacionais, e assim, criar o sistema de gerenciamento portuário.
Portolog
Outro ponto abordado pelo palestrante foi o modelo Portolog, sistema integrado de acesso, transporte e movimentação de carga.Citou exemplos de eficiência e serviços em portos da Europa e Ásia, e destacou que o Porto de Vitória está se preparando para operar com essa tecnologia. As obras já estão sendo realizadas no terminal de Capuaba, em Vila Velha.
Maxwell Rodriguesalertou sobre a necessidade dos portos brasileiros aumentarem a capacidade de carga, e assim alavancar os serviços de exportação e importação: "temos que entender que o caminhoneiro é nosso principal cliente. É ele que faz a conexão entre a empresa e o porto, logo, precisam ter agendamentos e horários definidos de transporte, onde todos ganharão tempo, eficiência, evitando as filas nos terminais, por exemplo. A capacidade de carga aumenta e, consequentemente, a velocidade de movimentação nos portos".
Estado
O secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, José Eduardo, realizou a última palestra do evento e falou sobre "Os desafios e oportunidades para o desenvolvimento e a logística do Estado". O secretário ponderou que o ES construiu, ao longo dos anos, uma boa estrutura portuária, mas que ainda tem limitações em cargas gerais. Por outro lado, segundo ele, construiu-se uma eficiência operacional positiva, com estruturas e empresas com profissionais qualificados, dando um diferencial muito importante.
José Eduardo também afirmou que o Estado tem apresentado incentivos em atividades portuária e ao comércio exterior, contando com a vantagem da localização geográfica do estado extremamente privilegiada no Brasil em relação aos mercados nacionais. O secretário elogiou a iniciativa da companhia: "a integração da CODESA, governo do Estado, governo federal, setor privado e outros atores, é fundamental para trabalharmos numa agenda conjunta de melhoria contínua e de ganho de eficiência".