Evento na sede da B3 marcou a adesão da empresa ao mais alto nível de governança da Bolsa de Valores
Dez meses depois de anunciar sua reestruturação societária, a Vale celebrou nesta sexta-feira, 22, a migração de suas ações para o Novo Mercado, mais alto segmento de listagem em termos de governança corporativa, gestão e transparência. O evento, realizado na sede da B3, é um marco na história da empresa, que até novembro de 2020 vai se transformar numa verdadeira corporação, sem grupo de controle definido e com uma base de acionistas diversificada.
"É uma enorme satisfação encerrar o ano completando a migração para o mais alto nível de governança da B3 em tempo menor do que o previsto inicialmente", afirma o diretor-presidente Fabio Schvartsman, que esperava concluir a migração até 2020.
"Estamos transformando a Vale em uma verdadeira corporação, com mais representação dos acionistas minoritários, maior independência para a gestão e maior liquidez para os acionistas da companhia. Como consequência, esperamos obter maior confiança dos investidores e a negociação de nossas ações com múltiplos similares aos dos nossos concorrentes", acrescenta Fabio Schvartsman.
De acordo com estudo publicado pela Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC) e a CFA Society Brazil, existe uma correlação entre o nível de governança corporativa e a performance de mercado. Prova disso é que o desempenho médio das empresas listadas no Novo Mercado tem sido superior à da B3 desde 2012.
A proposta de reestruturação societária da Vale foi anunciada em 20 de fevereiro pela Valepar, o bloco de acionistas que exercia o controle da empresa. Para cumprir o objetivo de aderir ao Novo Mercado era necessário converter todas as ações preferenciais em ordinárias e obter várias aprovações em assembleias. A empresa tinha em circulação em torno de 1,9 bilhão de ações preferenciais, em poder de milhares de acionistas.
A Vale fez uma forte campanha, que incluiu contatos com os principais acionistas no Brasil e no exterior e o uso maciço de ferramentas de comunicação, como posts nas redes sociais, mala direta e mídia online e off-line. Foram alcançados mais de 260 mil acionistas. O resultado da conversão voluntária, anunciada em agosto, foi uma adesão de 84,4% das ações preferenciais em circulação.
Em outubro foi aprovada a conversão mandatória das ações remanescentes e pela primeira vez os acionistas minoritários elegeram duas representantes para o Conselho de Administração, atendendo à regra do Novo Mercado que requer um mínimo de 20% de membros independentes no Conselho.
Foto: Da esquerda para a direita: Gilson Finkelsztain (presidente da B3), Gueitiro Genso (presidente do Conselho de Administração), Fabio Schvartsman (diretor-presidente da Vale), André Figueiredo (diretor de Relações com Investidores) e Luciano Siani Pires (diretor-executivo de Financas e Relações com Investidores) - Crédito da foto: Cauê Diniz/B3