O projeto, que visa à preservação das antas, conta com um novo método de estudo das populações do mamífero.
O Programa de Monitoramento das Antas da Mata Atlântica Capixaba (Pró-Tapir), iniciativa do Instituto Marcos Daniel em parceria com a Fibria, apresenta novidades este ano. O projeto que visa à preservação dos animais, desenvolve uma pesquisa inédita que relaciona as antas ao processo de recuperação florestal e conta com uma técnica mais eficiente para o estudo de populações. O novo método, conhecido como “FIT” (do inglês Footprint Identification Technique), e desenvolvido pelo WildTrack (http://wildtrack.org/), identifica a idade, sexo e quantidade de antas com base nas pegadas do animal. Com essa técnica, os pesquisadores podem monitorar os animais da Reserva Particular do Patrimônio Natural Recanto das Antas, uma das cinco áreas naturais protegidas no Espírito Santo, onde o Programa atua.
A pesquisa que associa a presença do mamífero ao processo de recuperação florestal é realizada em parceria com o Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia, da Universidade Vila Velha (UVV). O objetivo é verificar a quantidade de compostos orgânicos presentes nas fezes das antas e que são importantes para o crescimento das plantas. Isso porque as antas são conhecidas como as “jardineiras das florestas”, pois dispersam várias sementes quando defecam, auxiliando na regeneração florestal da região.
Durante três campanhas de campo, realizadas até março deste ano, a equipe de pesquisadores do Pró-Tapir também identificou rastros deixados por outras espécies de mamíferos, especialmente carnívoros na região, incluindo a onça-pintada– o maior felino das Américas. Além disso, uma anta foi avistada se alimentando do sub-bosque em meio aos plantios de eucalipto, que ficam no entorno da RPPN.
Sobre o Pró-Tapir O projeto Pró-Tapir, coordenado pela bióloga Andressa Gatti, é uma iniciativa do Instituto Marcos Daniel (IMD) e é financiado pela Fibria. É o primeiro programa de conservação de antas do Espírito Santo e conta com uma equipe formada por pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da UVV, da ESFA e de outras instituições de ensino e pesquisa. O projeto pretende gerar informações essenciais para a conservação desta espécie ameaçada de extinção, que é o maior mamífero terrestre brasileiro, especialmente no estado do Espírito Santo.
Fonte: Pauta 6 Comunicação