PABs abrangem o mapeamento de ações para conservação e recuperação da Biodiversidade nos biomas no entorno das unidades
A Petrobras vai ampliar este ano de 18 para 36 o número de unidades e instalações com Planos de Ação em Biodiversidade (PABs) elaborados. Os PABs são ferramentas mundialmente utilizadas pelas empresas para a implementação de ações de conservação e recuperação, visando contribuir com a proteção da natureza e o bem-estar das populações humanas. A adoção dessa medida está alinhada ao compromisso da companhia, reafirmado no Plano Estratégico 2023-2027, de alcançar 100% das instalações com PABs até 2025.
Os planos estão sendo desenvolvidos para as diversas instalações da companhia, como refinarias, termoelétricas, unidades marítimas de exploração e produção, entre outras. Um exemplo é o Polo Gaslub em Itaboraí (RJ), localizado nas proximidades da Baía de Guanabara, no bioma Mata Atlântica, uma região com bacias hidrográficas importantes e onde estão situadas várias áreas protegidas. Além dos diversos projetos realizados pela unidade, incluindo a recuperação florestal e o monitoramento da biodiversidade terrestre e aquática, o PAB desta unidade prevê algumas ações adicionais.
“Desde 2020, quando iniciamos a implementação das ações para atingimento do nosso Compromisso em Biodiversidade estabelecido no nosso Plano Estratégico, dobramos o número de unidades e instalações da companhia com Planos de Ação de Biodiversidade. Nossa perspectiva é que até o fim de 2023 tenhamos cerca de 60% de compromisso cumprido. Como a mais importante empresa do país, a Petrobras é ciente do seu papel fundamental na conservação da biodiversidade e na promoção do desenvolvimento sustentável, atuando junto às partes interessadas e parceiros-chave para definir estratégias e soluções ambientais dentro das melhores práticas de ASG (Ambiental, Social e Governança)”, afirmou a Gerente Executiva de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), Daniele Lomba.
O processo de elaboração dos PABs nas unidades parte de uma detalhada análise do contexto da biodiversidade onde estão inseridas, como mapeamento de áreas protegidas e ocorrência de espécies endêmicas e ameaçadas. Com base nessas informações, dentre outras, são identificadas espécies alvo e habitats críticos do ponto de vista de biodiversidade, situados na área de estudo da unidade. A partir daí, são propostos ações, metas e indicadores.
Polo Gaslub em estudo publicado pela Ipieca
O PAB piloto do Polo Gaslub foi citado em estudo da Ipieca (International Petroleum Industry Environmental Conservation Association), associação global da indústria de petróleo e gás sem fins lucrativos para questões ambientais e sociais. O Gaslub compreende uma área de 45 km2 e contém uma unidade de processamento de gás natural, que deverá processar 21 milhões Nm3/d de gás oriundo da camada pré-sal da Bacia de Santos.
A metodologia de elaboração do PAB do Polo Gaslub envolveu uma detalhada avaliação da biodiversidade do entorno, incluindo o mapeamento do uso do solo e das áreas protegidas e a identificação de espécies ameaçadas. Essa análise permitiu a classificação de habitats críticos e a seleção de espécies alvo objeto de futuras medidas de conservação.
Dentre as ações mais significativas está a conservação de quatro espécies ameaçadas de mamíferos, em execução pelo Instituto Ação Socioambiental, por meio do Projeto Guapiaçu: anta (Tapirus terrestres), onça parda (Puma concolor), paca (Cuniculus paca) e muriqui (Brachyteles arachnoides). Essas espécies desempenham um papel ecológico chave nos habitats da Mata Atlântica e apresentam alto potencial para ampliar a conscientização quanto à conservação da biodiversidade.
O projeto inclui ainda a restauração de manguezais no entorno da Baía de Guanabara contribuindo para a pesca artesanal e para a biodiversidade local. Também haverá ações de restauração de floresta ombrófila densa, com o estabelecimento de corredores ecológicos, com foco na manutenção do serviço de provisão de água e trânsito de fauna entre os fragmentos.
Ganhos em biodiversidade
Além dos PABs, os projetos apoiados pelo Programa Petrobras Socioambiental já trazem números crescentes de ganhos em biodiversidade. Em 2022, 58 espécies de fauna ameaçadas de extinção foram protegidas pelas ações do programa. A previsão é de chegar a 70 espécies em 2030. A recuperação e conservação de biomas chegou a 254 mil hectares em 2022, e o fortalecimento de áreas protegidas alcançou cerca de 28 milhões de hectares, com a perspectiva de chegar a 32 milhões em 2030. Adicionalmente, visando implementar ações específicas de redução de riscos à fauna foram criados os Planos de Manejo de Fauna (PLAMFs) para 38 unidades e instalações da companhia em 2022.
Todas essas ações estão alinhadas com o Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, estabelecido no ano passado, na 15ª Conferência das Partes (COP 15) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Entre outras questões, o marco prevê que grandes empresas e o setor financeiro divulguem seus riscos, dependências e impactos sobre a biodiversidade ao longo de suas operações, cadeias de fornecimento e portfólios. Além disso, esses setores deverão assumir o compromisso de diminuir impactos negativos sobre a natureza e aumentar os positivos, reduzir riscos e prover informações aos consumidores.