Escolher um nome para a sua marca (produto, serviço, blog, etc) pode parecer uma tarefa difícil, afinal é uma das decisões mais importantes no processo de construção.
Esse procedimento de escolha é chamado de naming e para isso, existem algumas dicas que podem ajudar você a não cometer erros comuns na hora de tomar essa decisão.
A escolha do nome para o blog Tudo Orna passou por um processo de naming. No início, ele se chamava Fashionista Alcântara e pertencia apenas à mim. Quando o blog passou a ser das três irmãs Alcântara, resolvemos dar um novo nome, já que seria um novo projeto. Durante um brainstorming, pensamos em algo que estivesse presente nas nossas vidas e pudesse ser aplicado a outros temas além da moda. E, na época, tanto a Julia quanto a nossa avó usavam muito a palavra “orna”, que significa combinar.
Com a ideia central decidida, tentamos registrar algumas variações do nome, até chegar ao Tudo Orna. Quando resolvemos criar nossa marca de acessórios, fizemos outro processo de naming. Durante o brainstorming, optamos por encurtar o nome, para ser fácil de memorizar, e confirmamos que não teria significados inapropriados em diferentes idiomas. Assim, escolhemos o nome ORNA, que permitia a fácil conexão com o blog e a possibilidade de ser utilizado para nomear as outras extensões da marca, como foi feito com a ORNA MAKEUP e o ORNA CAFÉ.
Por outro lado, se não houver um estudo nos bastidores do naming, ele pode servir de âncora e impedir o sucesso do seu empreendimento.
O nome precisa transmitir a visão, posicionamento, campo de ação, caráter e ideia central da marca ou empresa. Vamos aos passos de como criar o nome da sua marca:
1. Qual mensagem chave sua marca ou empresa deve transmitir?
Pesquise e estabeleça todos os aspectos importantes. História, valores, público-alvo, missão, concorrência, tudo isso deve ser levado em conta no processo de naming. O nome precisa representar verdadeiramente a marca, por isso, quanto mais dados e informações você coletar sobre o seu negócio, melhor.
2. Brainstorming
Agora é a hora de usar a criatividade e pensar em ideias. Não se preocupe em selecionar, apenas em sugerir. Lembre-se de algumas características importantes dos bons nomes: pronúncia, escrita e memorização fáceis, aparência e sonoridade agradáveis, não permitir distorção de sentido, independente do idioma, e não ferir nenhuma sociedade ou cultura.
3. Filtragem
Depois de reunir várias ideias de nomes, selecione os melhores. Leve em consideração as características citadas no brainstorming, confira se estão de acordo com os aspectos definidos na primeira dica e verifique se os domínios estão disponíveis. Termine esta etapa com dez opções de nomes ou menos.
4. Grupo focal
Ao final da primeira seleção dos nomes, coloque as opções restantes sob análise para ver quais deles têm os melhores desempenhos. Reúna um grupo de pessoas e comece os testes. As pessoas conseguem pronunciar o nome? O que vem à mente quando escutam o nome? Quais os nomes que ficam na memória depois de uma semana? Depois dessa segunda seleção, você terá os três melhores nomes para a sua marca ou empresa.
5. Hora de registrar
Agora que você já tem a segunda filtragem, a palavra final é sua. Escolha aquele nome que tiver mais a cara do que você pretende vender e registre. O registro é feito no site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), lá você encontra todas as informações necessárias para registrar o nome de uma marca. Não se esqueça de comprar o domínio e criar as redes sociais com o mesmo nome escolhido.
Algumas empresas permitem uma maior participação do público durante a escolha do nome, fortalecendo a relação entre empresa e clientes. Foi o que fez o empresário David Neeleman para escolher o nome da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A.. Em 2008, Neeleman criou a campanha “Você Escolhe”, que contou com quase 160 mil votos do público para a escolha do nome da empresa aérea. Outro exemplo foi a Virgin Airlines, que também realizou uma estratégia de marketing parecida, mas, dessa vez, para definir o nome de uma de suas novas aeronaves.
Mas nem sempre o processo de naming sai como o esperado. Em 2009, a cadeia americana de restaurantes Pizza Hut mudou seu nome para The Hut, mas sem consultar o público. A mudança gerou tanta rejeição dos clientes que logo voltou ao nome original e chegou a negar que tivesse tentado fazer a transição, apesar de existirem fotos e relatos de pessoas que visitaram os locais com o novo nome. Isso mostra como é importante realizar o grupo focal, para que a marca não precise enfrentar uma crise de imagem.
Existem algumas ferramentas para ajudar a buscar inspirações, selecionar nomes e pesquisar significados. O site americano Onym possui uma lista de links úteis para realizar um bom procedimento de naming. Com as ferramentas e dicas em mãos, é hora de empreender.