Os desafios que o Brasil precisa enfrentar para superar a recessão econômica, a concorrência global e voltar a crescer de forma sustentável, estão no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que será referência para elaboração de propostas dos empresários às eleições deste ano.
O estudo, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a participação de líderes empresariais, foi apresentado aos gestores do Sistema Findes, na última quarta-feira (20), pelo gerente-executivo de competitividade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato da Fonseca. “É uma agenda para o Brasil nos próximos anos, pois visa à construção, nos próximos quatro anos, de uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao mercado internacional”, ressalta.
Ele explicou que 2022 é o marco estabelecido pelo Mapa porque é o último do próximo mandato presidencial e o ano de comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil. “Ali estão os principais desafios a serem superados pelo país, nos próximos cinco anos, para a construção de uma indústria competitiva. O documento traça caminhos para que o país desenvolva novas competências e realize mudanças estruturais, considerando as mudanças no ambiente econômico mundial e nacional ocorridas nos últimos cinco anos”.
Competitividade
Dados do Fórum Econômico Mundial mostram que o Brasil vem caindo no ranking global de competitividade. Em 2013, ocupava a 48ª posição entre 144 países analisados. Em 2017, foi para o 80º lugar na lista de 137 países. A perda da competitividade nacional compromete o crescimento econômico e a geração de emprego e renda, destaca o documento.
O Mapa adverte ainda que a recuperação da capacidade de competir nos mercados globais e a volta do crescimento sustentado dependem do aumento da produtividade. Estudo da CNI mostra que, de 2006 a 2016, a produtividade brasileira cresceu menos do que a dos dez principais parceiros comerciais do país.
Naquele período, a produtividade no trabalho da indústria do Brasil aumentou 5,5%, enquanto que a dos Estados Unidos cresceu 16,2% e, a da Argentina, 11,2%. Em 2017, a produtividade brasileira aumentou 4,5% em relação a 2016. No entanto, alerta a CNI, é preciso avançar ainda mais para compensar o baixo desempenho dos anos anteriores.
Diante desse cenário e considerando as novas tendências mundiais e nacionais, a edição 2018-2022 do Mapa Estratégico da Indústria elegeu 11 fatores-chaves para o Brasil ganhar competitividade de forma sustentável.
Os fatores-chave, entre os quais estão segurança jurídica, tributação, relações do trabalho e educação, são desdobrados em 38 temas prioritários e 60 objetivos, os respectivos indicadores e as iniciativas necessárias para o alcance das metas. O acompanhamento sistemático dos indicadores mostrará se o país alcançará ou não as metas estabelecidas pelo setor industrial.