Após 116 anos como empresa pública, o Porto de Vitória foi desestatizado nesta quarta-feira (30). O fundo de investimentos multiestratégia Shelf 119, da Quadra Capital, arrematou a CODESA com oferta de R$ 106 milhões, assumindo a concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho. O leilão ocorreu na B3, Bolsa de Valores de São Paulo, e a FIP Shelf 119 superou o Consórcio Beira Mar. É a primeira privatização portuária do país.
O certame teve a presença de diversas autoridades, dentre elas, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas; o secretário Nacional de Portos, Digo Piloni; o presidente da CODESA, Julio Castiglioni; o diretor geral da Antaq, Eduardo Nery; e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Também presentes os diretores do Porto de Vitória, Bruno Fardin e João Cunhalima, e outros funcionários da companhia.
O martelo foi batido às 12h30. Várias autoridades subiram ao púlpito para saudar o resultado do leilão. Para o ministro Tarcísio, a privatização da CODESA é o fim e o início de um ciclo na infraestrutura portuária do país. Em seguida, ele felicitou o presidente Castiglioni, que “tirou a companhia do vermelho e a botou no azul, e superou diversos obstáculos para chegar ao dia de hoje”. Em seguida, o ministro sublinhou que novos portos públicos serão privatizados.
Feliz com o resultado, Castiglioni lembrou os três anos de trabalho à frente da CODESA, desde quando recebeu o convite para assumir a companhia em dezembro de 2018. “O convite foi para dar um choque de gestão e tornar a CODESA uma empresa atrativa para receber investimentos privados. O leilão é o ponto de partida para o setor portuário, um dia que ficará na história do país”, finalizou.
O valor de 106 milhões é pago à vista. O contrato prevê a concessão por 35 anos, podendo ser prorrogado por mais cinco anos, e investimentos de R$ 334,8 milhões na infraestrutura, além da possibilidade de exploração de novas áreas.
Quem é a Quadra Capital?
De acordo com o site oficial, a Quadra é uma gestora de recursos independente, com sede em São Paulo, organizada sob a forma de uma partnership. A Companhia é uma gestora de recursos focada na identificação de ativos ilíquidos e na estruturação de operações de crédito.
A Quadra atua em ativos ilíquidos, na originação e gestão de investimentos em ativos por meio de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC); em fundos exclusivos, na estruturação e gestão discricionária ou não discricionária focados para pessoas físicas e, ainda, em crédito estruturado corporativo, sobretudo nos setores de infraestrutura, imobiliário e agronegócio.