Em números gerais, são 54 locomotivas a menos em um ano; frota inativa teve queda ainda maior
Depois de apresentar aumento constante na frota de locomotivas das operadoras brasileiras nos últimos nove anos, o levantamento realizado anualmente pela Revista Ferroviária mostra que de 2015 para 2016 houve uma perda de 54 máquinas na frota. O último recuo havia sido registrado no levantamento de 2007. Na época, o resultado — 20 locomotivas a menos na comparação com o ano anterior — foi atribuído principalmente a diminuição de 71 máquinas na então ALL (América Latina Logística), hoje Rumo, sobretudo por transferências para a ALL-Argentina e a devolução de outras locomotivas para a RFFSA. Vale salientar também que a queda registrada ao final de 2016 ante aos números de 2015 é ainda maior quando consideramos apenas as máquinas ativas; eram 3.289, hoje são 3.074.
Estrada de Ferro Amapá, EF Jari, EF Juruti, EF Trombetas, EF Vitória a Minas e Ferroeste não apresentaram nenhuma variação de um ano para outro. Já a Transnordestina, que separa ativos entre FTL (Ferrovia Transnordestina Logística), que se refere à ferrovia em operação, e TLSA (Transnordestina Logística S.A.), ferrovia que está em construção, apresentou uma variação total positiva de seis locomotivas. E a Ferrovia Tereza Cristina teve crescimento de duas locomotivas na frota. Nos dois casos, o aumento não significa, porém, que são máquinas novas, tanto na Transnordestina quanto na FTC os modelos incluídos na listagem são modelos da EMD, fabricados na década de 60.
Na Rumo, apesar de, no total, os números mostrarem uma variação positiva de 3 máquinas, quando se trata apenas da frota ativa são 56 locomotivas a menos de um ano para o outro. Segundo a companhia, a redução do número de locomotivas ativas em 2016 se deve à aquisição de locomotivas com maior capacidade de tração, o que possibilitou retirar de circulação máquinas de menor capacidade e com baixa confiabilidade. As locomotivas adquiridas — de modelos Evolution ES43BBi (bitola métrica) e AC44 (bitola larga), ambos da GE — têm 4.300 e 4.400 hp de potência, respectivamente. Segundo a Rumo, uma ES43BBi substitui duas de modelo SD40, enquanto uma locomotiva AC44 nova equivale a aproximadamente duas de modelo C30.
A Rumo informou ainda que uma quantidade ‘razoável’ de locomotivas foi devolvida a clientes, parte devido à baixa demanda, parte porque não estavam mais sendo utilizadas. A demanda de locomotivas de manobras também passou por uma revisão, o que levou à reforma da quantidade necessária e à desativação das restantes.
A Vale informou que a queda na frota da Estrada de Ferro Carajás, de 56 máquinas, se deu porque as locomotivas, de modelo SD40, SD60 e SD70AC, são na verdade de propriedade da VLI e por isso foram retiradas da listagem.
A MRS disse que apesar da variação grande no número de locomotivas ativas (de 718 em 2015 para 804 em 2016) e inativas (de 58 para 76), não houve um aumento real, mas sim um ajuste de classificação do que seria frota ativa e inativa, incluindo máquinas que não constavam em balanços anteriores.
Nas ferrovias operadas pela VLI houve variação significativa também, sendo positiva na Ferrovia Norte-Sul e negativa na Ferrovia Centro-Atlântica. De acordo com a empresa, a queda na frota da FCA se deu porque, na verdade, a base passada em 2015 estava equivocada, pois considerou locomotivas que já haviam sido devolvidas para o DNIT. A empresa ressaltou que está atuando na renovação da frota, substituindo locomotivas antigas por ativos mais potentes e modernos. A FNS, que já havia passado de 23 máquinas em 2014 para 41 em 2015, conta hoje com 62 locomotivas na frota.