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Publicado: 01/05/2019 00:00h

App Social Bank facilita empréstimo entre pessoas físicas e oferece conta corrente

App Social Bank facilita empréstimo entre pessoas físicas e oferece conta corrente

Batizada como Social Bank, empresa tem Carlos Wizard como um de seus sócios

Apesar de ter “bank” no nome, tudo o que a fintech Social Bank menos quer é se parecer com um banco. A empresa recém-nascida oferece, de fato, uma série de serviços financeiros. Mas prefere ficar conhecida como um ecossistema que chega para “uberizar” o setor. A proposta é acabar com os intermediários nas transações financeiras e mudar a forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro.

Lançado em outubro do ano passado, o Social Bank oferece, além de uma conta corrente, uma plataforma que viabiliza empréstimos entre pessoas físicas - tudo por um aplicativo para celular. “O Social Bank empodera o indivíduo em todos os mecanismos que envolvem a relação financeira”, diz Rodrigo Borges, idealizador da fintech. O aplicativo já conta com 45 mil clientes. 

Com a conta corrente do Social Bank, é possível receber dinheiro, sacar em caixa eletrônico, pagar boletos e transferir quantias sem custo entre contas do banco. A análise cadastral para abrir a conta demora até 24 horas. O usuário também pode usar o aplicativo para solicitar um cartão da MasterCard por R$ 9,90. Depois, poderá usá-lo em qualquer estabelecimento que aceite a bandeira. Já foram emitidos mais de 30 mil cartões desde o lançamento da ferramenta. 

Já o SocialCash, o serviço de empréstimos da plataforma, conecta investidores com quem precisa de dinheiro. Pela proposta da ferramenta, é possível conseguir crédito com taxas que começam a 0,5% e vão até 2% - é possível comparar com diferentes bancos tradicionais na lista do Banco Central. Já quem empresta o dinheiro tem garantida uma remuneração maior do que na poupança. Isso porque os juros são de até 2% ao mês, enquanto a poupança rende hoje 0,38% por mês. Segundo a empresa, mais de 1.500 pessoas já foram apoiadas ou estão em fase de apoio.

O solicitante do empréstimo recebe notificações informando o valor a e data para realizar o pagamento das parcelas. Se no dia de vencimento não houver saldo suficiente na conta, serão cobrados juros e multa de mora por atraso (1% do valor do empréstimo + 1% de juros diários). E, se o pagamento não for feito em 30 dias, o solicitante terá sua conta bloqueada e "todos os dados necessários" enviados para o investidor. O Social Bank em si não se responsabiliza por possíveis dívidas não pagas, mas pode enviar um protocolo de como proceder nessa situação para o investidor, que tem a opção de se dirigir ao Juizado Especial Cível de sua cidade e entrar com uma ação de cobrança.

O que a ferramenta faz, contudo, é abrir a possibilidade da participação de uma terceira pessoa, um garantidor. Ele recebe como recompensa 20% dos juros dos empréstimos nos quais entra como garantidor. Mas, se quem pegou empréstimo não pagar a dívida, o garantidor tem de arcar com 50% dela. Sem citar números, Borges afirma que a taxa de inadimplência é baixíssima na plataforma, já que as pessoas se sentem mais obrigadas a pagar por terem pegado o dinheiro com outra pessoa física.

Entre os outros serviços do Social Bank, estão uma ferramenta de planejamento financeiro e a possibilidade de abrir uma conta conjunta mesmo sem ser casado. “Hoje, para ter uma conta conjunta, você precisa ter um relação cível - no Social Bank, não. A forma como as pessoas se relacionam mudou e os bancos não se adaptaram a isso”, diz Borges. 

O Social Bank não ganha dinheiro com os juros dos empréstimos. A empresa ganha a partir da chamada “taxa de intercâmbio”, que é paga aos bancos pelas bandeiras a cada transação. O preço da taxa varia de 1,2% a 1,9% de tudo que é movimentado, como pagamentos e compras. O modelo de receita compreende, além do intercâmbio, as tarifas na utilização de serviços como saque e transferência.

Enquanto Borges detém 50% da empresa, os outros 50% são do empresário Carlos Wizard Martins, a figura por trás de empresas como Pizza Hut, KFC e Taco Bell. Como pessoa física, o próprio Wizard colocou R$ 1 milhão à disposição no aplicativo só para a realização de empréstimos. “O Brasil tem um dos juros mais altos do planeta. Estou disposto a ajudar e a devolver para a sociedade parte do que conquistei”, afirmou Wizard, em novembro do ano passado. Por sua vez, antes do Social Bank, Rodrigo Borges já era um empreendedor em série. Ele fundou a Hub Prepaid, que atua no mercado de meios de pagamentos - da qual Wizard também é sócio.

Existem algumas ferramentas semelhantes ao Social Bank no mercado, embora se concentrem em atividades específicas em vez de agregar todos os mesmos serviços. No caso da conta digital, é possível fazer a comparação com serviços como Next (do Bradesco) e NuConta (Nubank). Já a área de empréstimos é explorada também pela Biva, que permite emprestar dinheiro para empresas como pessoa física, e pela Mutual, que facilita empréstimos entre amigos. 


Fonte: Época NEGÓCIOS
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