O CEO do Porto Central, José Maria Vieira de Novaes, explicou que o projeto já foi desenvolvido para ter essa ligação com a ferrovia. “Foi projetado para receber grãos, minério de ferro e para ter terminais de carvão e fertilizantes, materiais que poderão ser distribuídos para estados como Minas Gerais e Mato Grosso”, disse.
O fato de a Vale ter demonstrado interesse em realizar a obra de cerca de 160 quilômetros de extensão, segundo Novaes, vai abrir possibilidades de o Porto Central intensificar as negociações para atrair futuras empresas, que poderão se instalar no complexo portuário.
O porto terá área total de 20 quilômetros quadrados e capacidade para receber navios de grande porte, que atinja, por exemplo, profundidade de 20 metros. “Será o diferencial competitivo. Poderemos receber navios maiores com mais mercadorias. O tamanho da embarcação impacta no custo por tonelada. O cliente vai pagar uma menor tarifa”, falou.
Para iniciar as obras do porto, Novaes explica que a companhia ainda aguarda a licença ambiental pelo Ibama. “Temos, até agora, a autorização da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Enquanto esperamos a liberação do Ibama, temos avançado nas negociações com os futuros arrendatários”, acrescentou.
Além de ter todas as autorizações dos órgãos ambientais, o complexo precisa ter no mínimo cinco empresas confirmadas para sair do papel. Os planos do grupo é iniciar as obras até 2018, caso as licenças e os contratos comerciais se concretizem neste ano.
Contrato
Apesar de os sinais positivos para a construção do novo ramal ferroviário da Vitória-Minas, até que as obras realmente comecem uma série de procedimentos ainda será realizado.
A União estima assinar o contrato com a Vale no primeiro semestre de 2018, no entanto, após fechar o acordo, a empresa ainda precisará fazer o projeto do empreendimento e conquistar também as licenças ambientais.
A ferrovia deve cortar, ao mínimo, 10 municípios e atender a outros futuros portos como o Itaoca Offshore e o C-Port. Estima-se que sejam movimentados entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão para a realização dessa infraestrutura.
O trecho terá outra importância. Poderá ser apenas o início de uma futura integração de Vitória ao Rio, abrindo espaço para que no futuro sejam feitos os outros 410 quilômetros da EF 118, projeto, ao todo, de 570 quilômetros de extensão.
Em nota enviada na última terça-feira, a Vale disse que está numa fase avançada com a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) para definição do valor da eventual renovação da Vitória-Minas. “Uma parte da ferrovia Rio-Vitória pode ser uma opção de investimento, desde que assim definido pelo governo federal, uma vez que não há a necessidade de realizar investimentos adicionais na EFVM”, informou.