Oferecer uma Educação de qualidade de forma acessível. Esse tem sido o desafio do Serviço Social da Indústria, o Sesi, no Espírito Santo ao longo de sua história, que completa no dia 30 de junho, 67 anos. Atualmente, são mais de 10 mil alunos atendidos pelo ensino regular e 108 mil matriculados em cursos livres nas 12 unidades espalhadas por todo o estado e tendo seu futuro construído de forma inovadora.
Em mais de seis décadas, muitas foram as histórias construídas e transformadas pelo Sesi, como a de Rodrigo Pitol Braga, 25 anos. Filho de industrial, ele estudou no Sesi Campo Grande, em Cariacica, durante 14 anos. Hoje é técnico naval no Estaleiro Jurong, em Aracruz.
“O Sesi influenciou muito nas minhas escolhas profissionais, justamente por ter uma ligação forte com a indústria, o qual oferece um mercado de trabalho muito amplo”, revelou. “A contribuição para a minha carreira foi enorme, por incentivar os alunos a se dedicarem tanto aos estudos quanto às relações sociais, além de proporcionar oportunidades no âmbito industrial”, destacou.
O vôo alçado por Rodrigo foi alto. Formado em técnico em Mecânica, pelo Ifes, e atuando em uma multinacional de renome, ele teve a oportunidade de trabalhar no exterior, mais especificamente em Singapura, na Ásia, entre 2013 e 2014.
“Participei de um programa de intercâmbio, aprimorei meu inglês, conclui um curso de tecnologia naval e offshore, consegui um diploma e estagiei no estaleiro-sede. Após todo o processo de curso e aprimoramento, voltei para o Brasil para atuar ativamente no Estaleiro Jurong Aracruz”, contou.
"Foi enorme a contribuição do Sesi para a minha carreira. Tanto por incentivar os alunos a se dedicarem aos estudos quanto proporcionar oportunidades no âmbito industrial" – Rodrigo Pitol, ex-aluno Sesi Campo Grande
Para gerar esses bons frutos, ou seja, os talentos formados em suas salas de aula e que conquistam diariamente o mercado de trabalho, o Sesi traçou um caminho rumo ao ensino de excelência.
Com isso, realizou muitas transformações internas, aprimorando e ampliando a cartela de serviços que oferece aos trabalhadores da indústria e à sociedade, tornando-se referência quando o assunto é Educação, inovando em saúde e segurança do trabalho; lazer, cultura e promoção da saúde.
E, assim, consagrou-se a maior rede de ensino privado do Estado. Uma rede de saber sexagenária que contribui não apenas com o crescimento da indústria capixaba, mas também com a formação de cidadãos com senso crítico, preparados para lidar com todo o tipo de situação.
De 1951, quando o Sesi inicia sua história no Espírito Santo, até os dias atuais, diversos foram os avanços que possibilitou a entidade a fortalecer seus laços com os capixabas, aos seus estudantes conquistar tantas premiações e sua equipe desenvolver metodologias diferenciadas. E muitos outros ainda estão por vir, como aponta o Superintendente do Sesi, Mateus de Freitas.
“Quando olhamos os índices de avaliação que o Sesi é submetido – e os resultados que alcançamos – percebemos que ele está em um patamar de escola de altíssima qualidade. Isso quando olhamos o que já realizamos. Mas, a gente quer mais. Queremos conectar a Educação que o Sesi oferece com uma formação do trabalhador da indústria e do cidadão para a sua vida profissional”, destaca.
"Queremos conectar a Educação que o Sesi oferece com uma formação do trabalhador da indústria e do cidadão para a sua vida profissional" – Mateus de Freitas, superintendente do Sesi Espírito Santo
Diferenciais
Para isso, o Sesi oferece uma grade curricular e uma preparação diferenciada dos seus alunos, como explica a diretora de Educação, Priscilla Carneiro.
“A Educação do Sesi é voltada para o filho do trabalhador da indústria, mas também atendemos a comunidade, e isso faz com que tenhamos uma pegada tecnológica, nesse modelo de indústria para competitividade, da indústria 4.0”, disse.
O Sesi está antenado com as demandas do mercado e sabe qual a linguagem necessária para que o cidadão mantenha-se conectado com o mundo: a digitalização, o mundo virtual apoiando as decisões do mundo real. Por isso, seus alunos já desenvolvem projetos na área de robótica e programação.
Além disso, foi a primeira escola a ofertar empreendedorismo como componente curricular, desenvolvendo em seus alunos características de inovação e carreira profissional desde o início da vida estudantil.
Um aprendizado que fez total diferença na vida de Carolina de Aquino Lapa Santos, 24 anos. Aluna do Sesi Laranjeiras por nove anos, de 2003 a 2011, hoje é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e trabalha como pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“O empreendedorismo me deu uma amplitude de visão. Como enfermeira, preciso saber administrar e liderar uma equipe, um setor e o empreendedorismo me deu a base e noções de como fazer isso. O meu aprendizado no SESI me deu visão ampla e crítica das coisas, além dos professores me estimularem sempre a desenvolver habilidades e competências, aproveitar oportunidades e ir além do lugar comum”, contou.
Entre as ações pioneiras desenvolvidas pelo Sesi, está ainda o ensino médio integrado à formação profissional, alinhado às novas diretrizes do Ensino Médio.
"A Educação do Sesi é voltada para o filho do trabalhador da indústria, mas também atendemos a comunidade, e isso faz com que tenhamos uma pegada tecnológica, nesse modelo de indústria para competitividade, da indústria 4.0" - Priscilla Carneiro, diretora de Educação do Sesi
Futuro
E para o futuro, novos projetos e metas. Já no próximo ano, o Sesi começa a implementar um modelo de educação disruptiva, a Educação Maker, que utiliza o conceito do “Faça Você Mesmo”, presente em startups, indústrias e empresas ligadas à tecnologia, além dos espaços abertos de incentivo à inovação.
Nesse modelo, o professor passa a mediar e estimular a aprendizagem, incentivando os alunos a “colocar a mão na massa”, aumentando o engajamento entre aluno, conceitos, professor e a aprendizagem em si.
“Na educação infantil, vamos destacar as competências e habilidades sócio-emocionais, de empreendedorismo de nossas crianças; no Fundamental I e II, faremos um trabalho de direcionamento e orientação profissional; já no Ensino Médio, trabalharemos o coaching de carreira”, revelou Priscilla Carneiro.
Outra novidade da grade curricular é o programa bilíngue. “É importante para nós, que trabalhamos com a área tecnológica, que nossos alunos tenham essa competência de língua estrangeira, sobretudo o inglês, desenvolvida”, frisou.
Ao longo deste ano, professores estão sendo capacitados para a educação maker e implementação do uso de ferramentas tecnológicos em sala de aula, pois o Sesi entende que uma equipe bem preparada é essencial para o desenvolvimento do aluno. Algo atestado pela ex-aluna Carolina.
“Os professores fizeram toda a diferença para mim. Era uma equipe excelente, que me ensinou a pensar fora da caixa, desenvolver novas habilidades e competências, que me estimulou a querer aprender mais sempre. Decidi seguir uma determinada linha de pesquisa na graduação devido a influência de um trabalho interdisciplinar que eu fiz durante o ensino médio. Então, o SESI contribuiu muito para a minha formação”, conta jovem pesquisadora de 24 anos que integra o time da Fiocruz.
"O Sesi me deu a maior parte da base de conhecimento que tenho hoje, o que me ajudou muito durante a graduação e na vida. Cheguei no ensino superior com olhar crítico sobre os fatos" - Carolina Aquino Lapa Santos, ex-aluna Sesi Laranjeiras