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Publicado: 04/04/2017 10:33h

Mais rápido que a mão humana

Mais rápido que a mão humana

ITV desenvolve sistema que capta ondas cerebrais para antecipar-se às ações de empregados em situação de risco. Objetivo é aumentar segurança nas operações

BCI - Um equipamento fixado ao redor da cabeça, capaz de captar sinais elétricos cerebrais, decodificá-los em algoritmos e antecipar ações humanas antes mesmo de serem tomadas. O teste que mais parece cenário de ficção científica já foi realizado com êxito por pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale (ITV), de Belém (PA). Desde 2013, o ITV vem desenvolvendo um software que utiliza a tecnologia BCI (Brain Computer Interface). Como o próprio nome aponta, o BCI trabalha com a interação entre cérebro e computador. O objetivo dos pesquisadores com a tecnologia é criar um sistema que possa antecipar possíveis acidentes por falha de condução de equipamentos e, com isso, reduzir situações de risco de vida a que empregados da Vale estão expostos no dia a dia do trabalho, aumentando a segurança nas operações.

"Digamos que, durante a condução de um trem na ferrovia, o maquinista se veja obrigado a pará-lo devido a alguma situação de risco. O BCI integrado ao sistema do trem consegue frear a locomotiva antes mesmo de o maquinista realizar a ação motora de acionar o freio", explica Schubert Carvalho, que coordena os estudos no ITV.

No laboratório do ITV, em Belém, os pesquisadores realizaram, com sucesso, uma simulação com um carro virtual, no qual conseguiram antecipar-se a manobras de mudança de direção do condutor. A antecipação foi de até um segundo, em alguns casos, e o nível de precisão chegou a 90%. No teste, foi usado um neuroheadset - o equipamento acoplado à cabeça - com 14 eletrodos que captaram sinais de eletroencefalografia (EEG), as ondas elétricas cerebrais. "Podemos dizer que a antecipação pode ser considerada um processo cognitivo que acontece quando o sujeito se envolve ativamente em uma fase de preparação para a percepção de um estímulo e a transformação desses estímulos em ações específicas", diz Carvalho.

Recentemente, os pesquisadores estiveram no Centro de Engenharia Logística (CEL), em Vitória, onde são treinados, por meio de simuladores, futuros maquinistas e também os mais experientes, que passam por reciclagens. No local, eles realizaram um conjunto de testes para coleta de dados usando a tecnologia BCI: aceleração e desaceleração de trens e o uso de freios dinâmico (acionado por motores elétricos) e pneumático. "Nos dados registrados, observamos que há padrões de sinais EEG ligeiramente diferentes para cada uma dessas ações, favorecendo a extração de padrões diferentes para cada uma delas", afirma pesquisador do ITV. 

Os dados ainda estão sendo analisados e a intenção é saber se, além da capacidade de antecipação de ação por meio do BCI, será possível desenvolver treinamentos que possam melhorar a eficiência do maquinista juntamente com os simuladores de realidade virtual usados no CEL. "Um dos objetivos de nossas pesquisas é investigar quais as regiões cerebrais ativadas de um maquinista considerado eficiente, durante um teste de simulação, e se isso está relacionado com algum fator de produtividade. E, do contrário, entender se os sinais de um maquinista menos eficiente são ativados em outras regiões cerebrais. Desta maneira, poderemos elaborar sistemas de treinamento neural para estimular as regiões cerebrais relacionadas com uma condução eficiente, nos maquinistas que não conseguem ativar essas regiões cerebrais, de modo que sua capacidade de condução possa se tornar ainda mais eficiente e produtiva", explica Schubert Carvalho.

Foto: Daniel Perpétuo


Fonte: Assessoria de Imprensa Vale
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